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terça-feira, 16 de setembro de 2014

O adeus e as homenagens a Iberê

A emoção marcou o velório e sepultamento do ex-governador do Rio Grande do Norte Iberê Ferreira de Souza, ocorrido durante esta segunda-feira (15). O político foi lembrado por familiares, amigos e autoridades como uma figura pública “sem inimigos”, conhecido pela cordialidade. “Ele era um político conhecido por todo Estado e por Santa Cruz. Um pai muito amigo, honesto e companheiro de todas as horas”, definiu o filho mais velho do ex-governador, João Olímpio, vice-prefeito de Santa Cruz.
O corpo do ex-governador Iberê Ferreira de Souza foi sepultado no fim da tarde desta segunda-feira (15) - Foto:Alex Régis




















Iberê faleceu no último sábado (13), aos 70 anos, vítima de uma infecção generalizada. Já estava internado desde 18 de junho, no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Diagnosticado com um nódulo maligno no pulmão em 2010, o ex-governador lutava desde então contra as evoluções da doença. Realizou diversas operações para retirada de tumores na próstata e no cérebro. Há três meses, após a terceira operação para retirada do tumor, foi diagnosticado com meningite bacteriana e internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde faleceu. 

No final da tarde de ontem, foi velado em missa de Corpo Presente e sepultado sob aplausos no cemitério Morada da Paz, em Emaús. Ex-governador e ex-deputado federal, Iberê foi lembrado como uma figura pública que prezava pela cordialidade, independentemente das divergências políticas. “Ele teve uma vida pública ativa, um grande conselheiro político. Desde que entrou na vida política teve forte atuação por Santa Cruz”, conta Ezequiel Ferreira, ex-deputado estadual e primo de Iberê. O deputado estadual Tomba Farias também destacou a atuação de Iberê pelo desenvolvimento do Trairi. “Iberê foi tudo na vida de Santa Cruz. Entre os legados que ele nos deixa estão o Alto de Santa Rita de Cássia, as estradas, a adutora de Santa Cruz e o Iberezão (estádio)”, completou.


A relação entre vida política e pessoal era intrincada na história de Iberê Ferreira. Filho de Odorico Bezerra, foi criado pelo tio Gentil Ferreira. As famílias Bezerra e Ferreira, antigas conhecidas da política, começaram a se unir pela relação das matriarcas Hermengarda O’Grady, Belita e Amarilda Ferreira. Durante seu mandato como deputado estadual, por exemplo, Iberê costumava levar os colegas de trabalho para a casa da tia Belita. 

“Nossos dias de Jardim de Infância na Assembleia Legislativa nos aproximaram. Além de convivermos nas comissões, tivemos a oportunidade de fazer da casa de dona Belita a extensão de nossos trabalhos. Guardo de Iberê essas recordações, foi uma honra nomeá-lo como meu secretário”, afirma o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho.

Pelos colegas da política, Iberê também foi lembrado como um bom administrador. A ex-governadora Wilma de Faria, que concedeu o cargo à Iberê em 2010 para disputar a eleição, elogiou. “Ele cumpriu uma trajetória de destaque pelo bem comum. Como meu secretário, nossa relação era a melhor possível. Foi um bom administrador, tinha grande atenção com o homem do campo. Pessoalmente, era uma pessoa de fácil convivência”, afirma.

Bom humor, serenidade e coragem foram as características mais lembradas. “Era um homem elegante. Meu pai conta que seu apelido quando pequeno era boneco, por viver sempre bem arrumado”, conta o empresário Sílvio Bezerra, filho de Fernando Bezerra. O ex-governador Geraldo Melo destaca que a marca mais forte de Iberê foi a coragem. “Você não encontrará ninguém que diga que Iberê cometeu uma grosseria. Ele deixa um rastro de bondade e, no final da vida, mostrou ter mais coragem do que se imaginava”, apontou.


Depoimentos
“Iberê sempre demonstrou respeito e dedicação. Era um homem determinado e de luta, demonstrou isso tentando superar o câncer. O RN está de luto.” 
Rosalba Ciarlini - governadora 

“Ele tem uma trajetória política muito bonita. Foi um político atento, um grande amigo e conselheiro político. Seu sonho era encerrar a vida pública como prefeito de Santa Cruz, mas infelizmente não pôde. O PSB está de luto.” 
Ezequiel Ferreira - ex-deputado estadual e primo de Iberê

“Sem dúvida uma grande perda para política. Era um político e empresário de sucesso, que cumpriu uma trajetória de destaque e luta pelo bem comum. Pessoalmente, era uma pessoa de fácil convivência, um gentleman.” 
Wilma de Farias - ex-governadora

“O RN perde uma figura humana. Um homem de palavra, um conselheiro, um homem que agregava. Ele deixa como marca a serenidade, a capacidade de fazer política diferente.” 
Ezequiel Ferreira Filho - deputado estadual

“Com o jeito dele conseguiu percorrer a política. Iberê deixa para trás um rastro de bondade: você não encontrará ninguém que diga que Iberê fez mal. Ele mostrou coragem no final da vida mais do que se imaginava.” 
Geraldo Melo - ex-governador

“O mandato de Iberê se pautou pela honestidade. Por onde passou, sempre demonstrou muita capacidade. Fica a lição de um homem de caráter público.” 
Fátima Bezerra - deputada federal

“Iberê era um diplomata, um articulador político focado nas relações humanas. Ele não sofreu derrotas na vida, pelo contrário: ninguém era inimigo dele, era uma unanimidade.” 
Robinson Faria - vice-governador

“Lamentei muito a morte de Iberê, pois sei que ele sofreu muito. Fomos colegas na Assembleia Legislativa, participamos dos trabalhos para criação do MDB. Aqueles dias nos aproximaram.” 
Garibaldi Alves Filho - ministro da Previdência Social

“Iberê foi um vencedor. Sempre transformou sua luta em benefícios para o Trairi. Foi-se muito cedo.” 
Carlos Eduardo Alves - prefeito de Natal

“Só tenho que agradecer o período em que convivi com Iberê, pelas lições. Ele é um grande pedaço da minha vida política.” 
Henrique Eduardo Alves - presidente da Câmara dos Deputados

“De quem guardo as melhores lembranças, pela simpatia da convivência. Pelas coisas boas que fez pelo nosso Rio Grande do Norte, merece as homenagens que todos nós lhe prestamos.” 
José Agripino - senador

“Homem público, viveu para servir. Exemplo de homem público coberto pelo manto da cordialidade.” 
Ricardo Motta - presidente da Assembleia Legislativa
Tribuna do Norte

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