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sábado, 19 de outubro de 2013

Exemplo, potiguar luta no Pan

Publicação: 19 de Outubro de 2013 às 00:00

Um atleta que trocou os maços de cigarros pelo quimono e com menos de um ano de teoria, na prática já entra no tatame e começa a juntar medalhas de ouro, é hoje uma das grandes esperanças de pódio do Rio Grande do Norte na disputa do Campeonato Pan-americano de Jiu-Jitsu, que começa a ser disputado hoje no ginásio Paulo Salazarte, em Fortaleza/CE, e acaba neste domingo. Alysson Cabral, 33 anos, segue os conselhos do mestre Bruno Rocha, da academia Kimura-Nova União, no conjunto Jiqui, que também irá representar o estado na competição.
Júnior SantosO atleta Alysson Cabral iniciou os treinamentos há pouco tempo, mas já é um dos principais nomes da modalidade no EstadoO atleta Alysson Cabral iniciou os treinamentos há pouco tempo, mas já é um dos principais nomes da modalidade no Estado

Apesar de ser a primeira competição internacional que Alysson vai disputar, pelo desempenho que o aluno e discípulo vem apresentando nas competições locais e regionais, ele acredita que as chances de competidor potiguar subir ao pódio são bem significativas. “São muitos competidores, mas já andamos analisando os possíveis adversários que podem passar pela frente de Alysson. Os mais perigosos são os cearenses, porém acredito que ele tem potencial para conquistar medalha”, afirmou Bruno Rocha.

Até aqui o representante da Kimura-Nova União não conhece o significado da derrota nas competições que disputou. Nas quatro que decidiu subir ao tatame foi primeiro lugar em todas e hoje já exibe as medalhas de ouro conquistadas nas duas etapas do Campeonato Estadual, no RN Nordeste Open e na Copa RN com bastante orgulho.

Mas pensando bem, para quem ingressou no esporte pensando apenas em parar de fumar, já é um bom começo. “Eu treino há pouco tempo, quando consegui comprar meu quimono eu joguei a carteira de cigarros fora e nunca mais voltei a colocar um cigarro na boca. Hoje aproveito meu tempo para treinar e cuidar melhor da minha saúde”, diz Alysson que divide as horas de treino com o trabalho de enfermagem.

Como a dificuldade de se arranjar patrocínio tem de ser levado em conta, Bruno Rocha só aconselha os seus alunos a participar de competições reconhecidas pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, que é ligada a Federação Internacional. “Nós não dispomos de incentivo público. Apesar de o Jiu-Jitsu ser o esporte que mais traz resultados ao nosso estado e ao Brasil, ele ainda não é reconhecido por nossas autoridades, talvez por não pertencer ao rol dos esportes olímpicos. Então sempre convivemos com esse problema de patrocínio e por isso tenho de agradecer ao apoio dado a gente pelo empresário Eduardo Patriota”, disse Bruno.

ORIGEM DO JIU-JITSU

 O jiu-jitsu ou jiu-jítsu (em japonês, “suavidade”, “brandura”, e jutsu, “arte”, “técnica”) é uma arte marcial japonesa, porém de origem indiana, que utiliza alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, tradicionalmente sem usar golpes traumáticos, que não eram muito eficazes no contexto em que a luta foi desenvolvida, porque os samurais (bushi) usavam armaduras. A partir desse ponto de vista, faz todo sentido associar os monges budistas da Índia de cerca de 2.000 anos antes de Cristo com as origens do Jiu-Jitsu. O sistema de valores budista de profundo respeito a todas as formas de vida permitiu o desenvolvimento de um sistema de defesa pessoal que visasse neutralizar uma agressão sem necessariamente machucar o agressor. Envolvido por importantes princípios budistas como o de agir de um modo não-prejudicial ou da busca do domínio próprio e do esclarecimento, o Jiu-Jitsu atendeu muito bem as necessidades de defesa pessoal dos monges e se espalhou por toda a Ásia em direção a China e mais tarde ao Japão, seguindo a expansão do budismo no continente. Jigoro Kano (1860-1938), membro do Ministério de Cultura e Artes Marciais do Japão, teve um papel importante no resgate da reputação do Jiu-Jitsu em momentos de paz. A partir do final do século XIX, alguns mestres de jiu-jitsu migraram do Japão para outros Continentes, vivendo do ensino da arte marcial e das lutas que realizavam. Esai Maeda Koma, conhecido como Conde Koma, foi um deles. Depois de viajar com sua trupe lutando em vários países da Europa e das Américas, chegou ao Brasil em 1915 em missão diplomática e fixou-se em Belém do Pará, aonde no ano seguinte, conheceu Gastão Gracie. Pai de oito filhos, cinco homens e três mulheres, Gastão tornou-se um entusiasta do jiu-jitsu e levou o mais velho, Carlos, para aprender a luta com o japonês. Iniciou-se aí o Jiu-Jitsu no Brasil!

*Adaptado do texto da academia Rocian Gracie JR

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