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sábado, 19 de outubro de 2013

Locutor estuda idiomas para narrar julgamentos na Festa do Boi, no RN


José Antônio da Silva, o Seu Zito, trabalha há 20 anos no evento.
Para fazer julgamentos e leilões, ele estudou inglês e árabe.


"E atenção!" Poucos o vêem, mas basta chegar na Festa do Boi para ouvir a voz marcante de José Antonio da Silva, ou simplesmente Zito, como é mais conhecido no meio agropecuário. Para ele, o dia começa cedo. Acorda todos os dias às 6h da manhã para gravar os anúncios publicitários que tocam o dia inteiro no sitema interno de rádio da Festa do Boi, no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, e depois faz, ao vivo, a locução de todos os julgamentos que acontecem no parque, até às 22h30. E para isso, ele precisou estudar alguns idiomas como inglês e árabe.
Zito, de 57 anos, é natural da cidade de Carpina, no interior de Pernambuco e roda o Brasil inteiro em feiras e torneios agropecuários. Com o tempo, montou uma empresa, Zito Som, com a qual faz a sonorização e a locução da Festa do Boi, a maior exposição de animais e máquinas agrícolas do Rio Grande do Norte. Há quase 20 anos na locução oficial do evento, tem como marca registrada, a narração bem pausada. O locutor lembra que foi convidado para a Festa do Boi após ser visto em outros eventos do ramo.

Ele já foi narrador de futebol e locutor de rádio em sua cidade natal. Entrar no ramo das exposições agropecuárias foi uma consequência do amor que tem pelos animais desde pequeno. Zito conta que fez a sua primeira locução em uma feira ainda na sua cidade com apenas 22 anos. De lá pra cá, não parou mais. "Até porque, locutores desse tipo são poucos. Só existem uns dez no Brasil", arrisca ele.
Pai de duas filhas e criador de bodes e cabras leiteiras, o pernambucano estudou até o ensino fundamental. Ainda na escola Salesiano, de Recife, estudou latim e francês. E por causa do trabalho, resolveu buscar conhecimento nas línguas inglesa e árabe. "A maioria dos nomes dos cavalos da raça Quarto de Milha são em inglês. Eu precisava saber o que eu estava dizendo, então fiz um curso. Com o árabe foi a mesma coisa. (...) Tudo pra trazer pra profissão!", conta Zito.
Sentado em uma cadeira, Zito fica em uma mesa ao canto da pista de julgamentos do Parque Aristófanes Fernandes. Como companhia, apenas o microfone, um copo de água, outro de suco de acerola e um spray de própolis, para cuidar da garganta. Em meio a um anúncio e outro, ele dá a receita para o sucesso nessa área. "Pra ser um bom locutor nesse negócio tem que ter três coisas: conhecimento em línguas, bom relacionamento com as pessoas e saber distinguir as raças. Ah, e tem que gostar do que faz", conclui.

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