domingo, 1 de dezembro de 2013

RN é o 5º do país nos pedidos para estudos arqueológicos

01 de Dezembro de 2013 


Roberto Lucena
repórter

O Rio Grande do Norte é o quinto Estado do país na quantidade de autorizações expedidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para estudos e pesquisas em sítios arqueológicos. Nos últimos três anos, foram catalogadas mais de 40 estações arqueológicas em todas regiões do Estado. As últimas descobertas ainda estão na fase de escavações. Durante a instalação de torres de transmissão de energia em João Câmara e Extremoz, foram achados objetos do período Pré-colonial do Brasil.

Com o trabalho de instalação das linhas de transmissão de energia feito pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), as primeiras escavações revelaram os indícios da presença humana no município de João Câmara, a 74 quilômetros de Natal. Antes de instalar as torres, a Chesf contratou a Alasca Arqueologia – empresa com sede em São Paulo – para as atividades de investigação. “Em João Câmara, encontramos rochas lascadas e outras pedras. Ainda vamos enviar o material para laboratório, mas já podemos afirmar que trata-se de vestígios de povos nômades que viviam aqui no período Pré-colonial”, explicou Claudio César de Oliveira, arqueólogo e um dos responsáveis pelas escavações no Estado.
Magnus NascimentoPesquisadores investigam novo sítio arqueológico em ExtremozPesquisadores investigam novo sítio arqueológico em Extremoz

O sítio encontrado em João Câmara está nas proximidades de outro município, Parazinho, e mede aproximadamente dois mil metros quadrados. É identificado como um sítio lítico. Na área, os pesquisadores recolheram cerca de 150 fragmentos. A maioria é constituído de fagulhas de pedras, mas há peças representativas, como uma pedra lascada que, segundo o arqueólogo, era usada como objeto cortante. “Está claro que o homem lascou a pedra para usar de uma outra forma. Para a arqueologia, são detalhes importantes”, frisou Cláudio.

Depois de recolher todo o material em João Câmara, a Alasca seguiu, semana passada, para o município de Extremoz, a  apenas 16 quilômetros de Natal. Lá, foram identificados dois sítios arqueológicos batizados de “Extremoz I” e “Extremoz II” e classificados como sítios cerâmicos. Diferente de João Câmara, os vestígios encontrados nos espaços mais próximos da capital revelam, segundo os estudiosos, que, ali, viviam comunidades de agricultores ou índios.

Ainda não há uma parcial da quantidade de objetos encontrados no local. O “Extremoz II” ainda não pesquisada. No entanto, várias peças de cerâmica e até mesmo um osso foi revelado durante as raspagens do solo. “Podemos associar esses objetos a presença das tribos Tupi que, sabemos, viviam nessas terras. Mas tudo ainda será analisado com mais detalhes”, acrescentou Oliveira.

Os vestígios da presença humana em João Câmara e Extremoz, após identificação e catalogação por parte da Alasca, serão encaminhados para o Museu Câmara Cascudo. O trabalho é acompanhado, nessa fase, pelo Iphan. Segundo o superintendente do órgão no Estado, Onésimo Santos, há uma preocupação de que o conhecimento seja repassado para a comunidade. “Os responsáveis pela obra precisam repassar todas as informações para a comunidade. É preciso divulgar essas descobertas”, colocou.

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