Denúncia presente na súmula deve provocar ação do Tribunal de Justiça Desportiva do RN
O ato de racismo contra o goleiro Dida, do América, no duelo contra o Alecrim no domingo de Carnaval não passou batido pelo árbitro da partida, Suelson Diógenes. O juiz registrou o fato na súmula da partida válida pela sexta rodada da Copa RN, primeiro turno do Campeonato Estadual.
No documento, publicado no site da Federação Norte-Riograndense de Futebol (FNF) apenas nesta quinta-feira (06) em razão do recesso de carnaval da entidade, é descrita a denúncia feita pelo arqueiro americano após os gritos que ecoaram no estádio Ninho do Periquito, em São Gonçalo do Amarante.
“Relatou verbalmente que estava sendo chingado (sic) com gritos e palavras de racismo contra sua pessoa (…) atleta falou que estava sendo chamado de macaco por um torcedor da equipe do Alecrim Futebol Clube”, descreveu.
No texto, Diógenes afirma ter acionado o policiamento presente no estádio para identificar o torcedor responsável pelo ato, mas após uma incursão dos militares, não foi possível encontrar o responsável pelo delito apontado.
Nota de repúdio
Após o fato consumado, a equipe Alviverde emitiu uma nota oficial no site do clube lamentando o episódio. Segundo a nota, o clube taxou o ato como “inaceitável” e repudiou a atitude contra o goleiro que chegou a defender o próprio Alecrim entre as temporadas 2011 e 2012.
Confira a nota:
“O Alecrim Futebol Clube se solidariza ao atleta Dida, vítima de atos covardes de racismo sofridos na partida de hoje, válida pela sexta rodada do Campeonato Potiguar, enquanto exercia sua profissão em campo.
A prática discriminatória étnico-racial é crime, e o clube repudia de maneira veemente todo e qualquer ato de discriminação, seja dentro ou fora das quatro linhas. Episódios como o de hoje, ocorrido com o goleiro do América Futebol Clube, são inaceitáveis. Não se deve haver mais espaço para este tipo de comportamento criminoso do qual o atleta foi vítima.
Lembramos que o mesmo Dida já vestiu, e honrou, a camisa do Alecrim de forma que a projeção o levou ao atual clube.
O futebol foi criado para unir crenças, raças e gerações. O maior ídolo do futebol brasileiro é negro, e um dos homens mais influentes do mundo, também. A torcida do Alecrim sempre se caracterizou não só pelo amor às cores que pintam o manto, como também pelo exemplo de comportamento e paz. Fato como este JAMAIS aconteceu em partidas do clube. Esperamos que o cidadão – ou cidadã – que cometeu tamanha ignorância pense e repense sobre seus atos.“
Fonte: Portal NoAr
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