Ex-UFC, Wilson Gouveia tem 35 anos e 22 lutas na carreira: 14 vitórias e oito derrotas
Ex-lutador do UFC, Wilson Gouveia deixou o MMA de lado para abraçar uma nova instituição: a polícia. O atleta divide a rotina de líder da ATT Miramar, onde dá aulas, com o trabalho como policial na Flórida. Das 7h às 15h, Wilson atua nas ruas de Hollywood e, das 17h às 21h, ensina artes marciais aos alunos.
“Estou envolvido com a luta desde meus 14 anos. O que tinha que fazer, eu já fiz. Depois que saí do UFC, dei uma desanimada. Não estou com sede de lutar em eventos menores para tentar voltar ao Ultimate. Estou aposentado até surgir uma luta que me motive. Precisa ser um grande desafio para me trazer de volta, pois estou feliz com a vida que venho levando. Tenho outros planos para o futuro, quero ser agente do FBI. Estudo e me preparo para isso”, disse Wilson, em entrevista à TATAME por telefone.
Quando chegou aos Estados Unidos, em 1999, Wilson, natural de Fortaleza, Ceará, descobriu a vontade de se tornar policial. Foi reprovado no primeiro teste, porém não desistiu. Estudou, aperfeiçoou o inglês e, na segunda tentativa, passou.
“É como se fosse um concurso da Polícia Federal do Brasil. Eles te mandam para a academia durante seis meses de estudo e muita prática. Temos que fazer 17 exames escritos ao logo desse tempo e, se você for reprovado em um, você é colocado para fora. Depois desses seis meses, você passa um mês em treinamento interno, aprendendo as leis, e outros três nas ruas com outro policial no carro, como é o trabalho no dia a dia. É puxado, mas ser policial aqui é um trabalho perfeito, uma parada maneira”.
Dentro do departamento onde trabalha, a luta ajudou Wilson Gouveia, que por conta do esporte sempre levou uma vida regrada e habituou-se a ter uma alimentação saudável, a manter a saúde em dia e o preparo físico na ponta dos cascos. Contudo, seus dotes de lutador, ao menos por enquanto, não foram “apresentados” aos marginais.
“Na rua ainda não tive chance de mostrar. Aqui, a vagabundagem treme quando vê o uniforme. Eu tenho quase 1,90m, cento e poucos quilos, os caras (bandidos) ficam com medo”, explicou o cearense, que tem muito trabalho na nova ocupação. “Existe tiroteio, assassinato, que nem no Brasil, a diferença é que eles mostram menos na televisão”.
A vida de policial casou bem com a de líder e professor de sua academia, tanto é que companheiros de corporação passaram a treinar com Wilson depois que descobriram seu histórico no mundo da luta.“Tem vários policiais lá na academia, não só do departamento onde trabalho, mas dou aula para agentes do FBI, da US Marshalls e do serviço secreto”.
O dinheiro ganho enquanto pertencia ao Ultimate proporcionou uma vida confortável ao lutador, que concilia dois trabalhos. Apesar da rotina pesada, o cearense é só elogios ao que faz.
“Quando eu lutava no UFC, ganhava um dinheiro legal, mas tenho que agradecer a minha esposa por botar na minha cabeça que eu tinha que guardar uma grana naquela época. Fiz isso, comprei minha casa, estou com a academia paga, não tenho dívidas. Com o salário que vem da academia e da polícia, vivo sossegado, sem preocupação”.
Fonte: Tatame

Nenhum comentário:
Postar um comentário