terça-feira, 9 de setembro de 2014

Um dia antes de audiência, PM acusado de matar lutador está internado em clínica psiquiátrica

Iranildo Fêlix se sentiu mal na última sexta e foi internado. Nesta terça ele tem audiência marcada com juiz
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Marcada para esta terça-feira (9), a audiência de instrução – momento onde réu e autor se pronunciam sobre o caso – com o tenente da Polícia Militar, Iranildo Fêlix, acusado do assassinato do lutador de MMA Luiz de França, ocorrido no dia 10 de fevereiro de 2014, pode não acontecer mais. Na última sexta (5), o PM passou mal e está internado em uma clínica psiquiátrica.

A informação foi confirmada pelo coronel Francisco Araújo, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte. “O Iranildo estava preso no quartel geral da PM. Na sexta-feira, ele se sentiu mal e foi atendido pela nossa junta médica. Ele foi encaminhado para o Hospital PAPI. Lá o Iranildo foi atendido e medicado. Os médicos então o transferiram para a Clínica Santa Maria (em Capim Macio), onde ele está internado até agora”, frisou Araújo em contato com o Jornal de Hoje na manhã desta segunda.

A princípio, o juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal, que é o responsável pelo processo, não comunicou se manterá ou não a audiência instrutiva para esta terça. “Nós estamos com o parecer médico e iremos enviar para o juiz para que ele tome alguma decisão”, explicou coronel Araújo.

Na época do crime, Luiz de França tinha 25 anos. Ele foi assassinado a tiros por volta das 9h da manhã na calçada da academia Alta Performance, que fica na rua Serra da Jurema, no conjunto Cidade Satélite. Além de Iranildo, apontado como executor, também é acusado de participação o soldado da PM Moisés Gonçalo do Nascimento, que segundo denúncia do Ministério Público ajudou o tenente pilotando a motocicleta que foi usada na fuga. A dupla nega o homicídio.

Segundo as investigações, a morte de Luiz de França foi motivada por uma discussão entre ele e o tenente, que foi expulso da academia onde Luiz dava aula. “Luiz dava aulas técnicas, voltadas para mulheres que queriam perder peso. Já Iranildo, queria ter aulas com mais violência e acabou desafiando o professor para uma luta. Eles se desentenderam, o dinheiro da mensalidade do tenente foi devolvido e ele acabou expulso por indisciplina”, afirmou o delegado Sílvio Fernando.

Depois de ter acesso a imagens de câmeras de segurança e depoimentos, a delegada Danielle Filgueira detalhou como o crime aconteceu. “O Iranildo foi onde o Moisés trabalhava, na Rocam, e lá conversou com ele sobre a situação. Na segunda pela manhã, o Moisés foi pegar o Iranildo em casa e os dois passaram no 3º Batalhão da Polícia Militar, que fica cerca de uns 200 metros da academia onde a vítima trabalhava. De lá eles foram executar o Luiz de França. O Iranildo desceu da moto e começou a atirar contra a vítima, que morreu na hora”.

Também durante as investigações, a Polícia Civil descobriu indícios de que Iranildo e Moisés estariam planejando a morte dos delegados Sílvio Fernando e Danielle Filgueira. “Moisés tinha fotos minhas no celular dele, que ficava passando para o Iranildo. Outros policiais vieram me avisar para tomar cuidado, falando que eu estava correndo perigo, que o Moisés não era profissional, que ele estava se sentindo perseguido por mim. O caso foi passado ao Ministério Público, que percebeu o que realmente estava acontecendo uma ameaça velada contra a minha pessoa. Outro policial, também foi ameaçado por ele”, destacou a delegada Danielle Filgueira, da Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor). “O meu nome estava em uma lista encontrada na casa do Iranildo quando ele foi preso no início de abril. O meu nome era o sexto da lista para ser assassinado”, contou Silvio Fernando.
Portal JH

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