Em áudios disponibilizados em grupos de policiais militares na rede social whatsapp, dois policiais, um militar e um civil, revelaram que estariam marcados para morrer. Na conversa, que acabou vazando, eles falam que a suposta ameaça de morte tem por trás um delegado, que até já teria contratado um pistoleiro.Emanuel Amaral
Adson Kepler: denúncias são infundadas e ainda sem provas
A ameaça estaria relacionada com a denúncia que o policial militar fez ao Ministério Público do RN envolvendo o delegado em um crime de extorsão durante uma ocorrência policial, em meados de 2013. De acordo com o conteúdo de uma das conversas no whatsapp, na ocorrência em questão “o PM prendeu um traficante, mas o delegado o soltou após fazer um acordo com ele. Pouco tempo depois, o mesmo policial viu o traficante na rua e o levou para a delegacia novamente. O traficante falou que tinha pago num sei quantos mil reais ao delegado e aos agentes para ser solto. Então ele (o policial que realizou a prisão) botou o caso para frente para não ser prejudicado. Por isso, ele está sendo ameaçado de morte pelo delegado, que contratou até matador”.
Sobre o caso, o comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, confirmou onem à TRIBUNA DO NORTE que em 2013 o policial fez a denúncia ao Ministério Público e que o suposto crime de extorsão está sendo investigado. “Eu o ouvi no ano passado, em maio. Ele esteve no quartel da PM e narrou uma história de uma ocorrência policial em que teve participação e que terminou com a prisão de uma pessoa e sua condução à delegacia. Pela narrativa que ele me fez, eu considerei grave a denúncia e no mesmo momento o encaminhei aos promotores. Ele saiu do quartel numa viatura direto para o Ministério Público. Lá, foi ouvido e iniciou-se uma investigação”, disse Araújo, que ontem voltou a ouvir o policial.
Mas, dessa vez, foi sobre a suposta ameaça de morte. Mais uma vez, Araújo encaminhou o policial ao MPE para ele se explicar sobre o áudio do whatsapp. Diante da gravidade da denúncia, o comandante da PM também designou um efetivo policial para garantir a segurança do denunciante e de sua família.
O delegado acusado negou as denúncias e o Ministério Público, procurado pela TRIBUNA DO NORTE, não se pronunciou. No entanto, o delegado geral da Polícia Civil, Adson Kepler Monteiro Maia, disse que tem conhecimento de que até agora não houve provas, nem elementos suficientes para uma denúncia por parte do Ministério Público e que não há processo criminal contra os acusados.
“A Polícia Civil atendeu todas as requisições do MP. Na época, inclusive, foram apreendidos computadores na delegacia”, informou Kepler, que disse ter estranhado a revelação repentina, através de áudio, de informações desencontradas e ilações, para se criar um pandemônio”.
Ele garantiu, no entanto, que vai apurar o que foi dito com rigor, para, no final, revelar se houve ameaça ou se os áudios são caluniosos, com intenção de difamar, se há algum objetivo escuso por trás. “Soube pelo whatsapp. Ninguém nunca procurou a delegacia para fazer denúncia de ameaça”, afirmou o delegado geral.
Tribuna do Norte
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