No novo espaço de São Paulo, os preços são altos e falta banheiro para as mulheres, que tiveram de invadir os sanitários femininos; sem fiscalização, taxistas cobraram preços abusivos
A Arena Allianz, ou Arena do Palmeiras, que ontem (terça-feira, dia 25) abriu os portões para o primeiro show – de Paul McCartney, exigirá alguns ajustes para que se consolide como a principal casa de grandes espetáculos da cidade de São Paulo. De uma forma geral a organização funcionou bem. Muitos funcionários orientavam o público – 45 mil pessoas – que teve de enfrentar mais um dia de trânsito confuso na cidade depois de um temporal.
Os ambulantes autorizados (a serviço das lanchonetes licenciadas) não deixaram faltar comida e bebida e circularam pelas arquibancadas e pela pista com frequência. Mas o preço e as opções de cardápio decepcionaram. A lata de cerveja era vendida por R$ 10, o refrigerante custava R$ 7 e a garrafa de água valia R$ 5. A parte de alimentos não agrada quem tem o paladar mais saudável. Os vendedores ofereciam cachorro-quente e hambúrguer por R$ 10 ou o pacote de salgadinho por R$ 7. Como opção para quem queria fugir do alimento industrializado havia apenas pipoca.
Mulheres invadiram o banheiro masculino
Além do preço alto e da escassez de opção para quem passou algumas horas na Arena Allianz, outro problema foi a quantidade insuficiente de banheiros femininos. As filas antes de o show do ex-Beatle começar eram formadas por algumas dezenas de mulheres. Já os sanitários masculinos, em maior quantidade, estavam quase às moscas. O tempo de espera fez com que as mulheres invadissem os banheiros masculinos. Falha da organização, que poderia ter direcionado os sanitários de homens para o uso feminino.
No sanitário, um diretor do Palmeiras revelou a um dos fãs de Paul McCartney: “Não foi só a sua mulher que reclamou. A minha também teve de usar o banheiro dos homens. Teremos de mudar isso. Afinal, nos jogos o público é formado por 90% de homens, mas em um show não funciona assim”.
Outra queixa foi quanto ao espaço entre as filas de cadeiras. Para os ambulante e para o público, era preciso ter muita paciência e simpatia para driblar o aperto. Como os copos de plástico eram colocados em suportes nas costas das cadeiras das fileiras da frente, o trançar de pernas de ambulantes e do público causava alguns acidentes com as bebidas. Os copos não resistiam e acabavam rachando.
Mas não foi só no domínio da arena do Palmeiras que os problemas apareceram no primeiro show do novo espaço – a banda do músico fará a segunda apresentação em São Paulo nesta quarta-feira (26).
O show de Paul McCartney, que começou com atraso, terminou às 0h45. O metrô paulistano já estava fora de serviço e havia poucos ônibus no horário. Quem preferiu deixar o carro em casa teve dificuldade para ir embora. Para piorar a situação, chovia.
Taxistas abusaram dos preços
Como se viu em outros grandes shows em São Paulo, os taxistas aproveitaram para faturar fora da legalidade. A fiscalização foi falha. Os taxistas ficaram nas ruas próximas à arena atrás de passageiros desesperados. Quem se aproximava ouvia “você vai para onde? Ah, é porque eu vou para outro lado da cidade”. Se o passageiro insistisse, era a deixa para o taxista fixar um preço bem alto para a corrida, o que é proibido.
Um taxista pediu R$ 150 para fazer o trecho entre o Parque Antartica e a Avenida Paulista. Pelo taxímetro, o mesmo percurso custou R$ 27,80. Questionado sobre a ilegalidade, ele respondeu: “Paga R$ 450 para ver um show e não quer pagar R$ 150 para andar de táxi?”. O Departamento de Transporte Público (DTP), ligado a prefeitura paulistana, é o responsável pela fiscalização dos taxistas, mas não se via nenhum funcionário na região da Allianz Parque.
Apesar da boa acústica e da visão de palco da Allianz Parque terem muita qualidade, alguns desses problemas – que dependem da administradora da arena e do poder público – podem afugentar o público.
Fonte: IG
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