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sábado, 4 de julho de 2015

Área rebelde na Ucrânia ganha bandeira do Brasil

Detido nos protestos de julho de 2013, brasileiro ganhou símbolo dos black blocs.
“Dedicatória”. Lusvarghi diz que bandeira não implica envolvimento do Brasil
“Estou orgulhoso de você e de seus companheiros por colocarem a bandeira do Brasil na área de ocupação dos nossos heróis de novo! Donetsk nunca será parte da Ucrânia!”. Foi com essa mensagem que o ativista brasileiro Rafael Marques Lusvarghi, 30, que luta na guerra da Ucrânia desde setembro do ano passado, foi parabenizado por rebeldes russos por ter hasteado uma bandeira brasileira nas ruínas de um prédio dos bombeiros na região de conflito com o governo ucraniano.

Por meio de um vídeo publicado em seu perfil no Facebook, Lusvarghi confirmou o feito e, em entrevista ao portal G1, contou que ganhou a bandeira de presente de um black bloc, durante as manifestações contra a Copa do Mundo em São Paulo. Segundo Rafael, a decisão de expor a bandeira brasileira é uma forma de homenagem ao Brasil. “Meu país, que amo muito”, disse.

O combatente pró-Rússia também garantiu ao portal G1 que a atitude não tem nenhuma intenção política. “Isso não implica de forma alguma um envolvimento do nosso país. É uma dedicatória, da mesma forma que um atleta olímpico carrega a bandeira da sua nação”, ressaltou.

É também pela sua rede social que Lusvarghi divulga fotos da sua rotina. Ao lado de pelo menos dois brasileiros e sempre acompanhado de farto arsenal bélico, ele não parece não se intimidar, apesar de ser procurado por forças ucranianas. “Os ucranianos me amam tanto que têm logo dois perfis meus (de procurado) no site do Serviço de Segurança deles”, escreveu em um post.

Com jeito de galã, o ativista é tido praticamente como um garoto-propaganda da Frente Brasileira de Solidariedade com a Ucrânia. “Herói!”, diz um comentário deixado na foto de Rafael que estampa a página da organização.

A popularidade de Lusvarghi também é percebida pelas várias entrevistas à TV russa. Em uma delas, o brasileiro chegou a admitir que, junto ao seu batalhão, combate muitos alemães, espanhóis e até poloneses. Ferido, o brasileiro também foi fotografado cercado de crianças de uma escola em Donetsk.

Trajetória

Interesse. Nascido em Jundiaí, o paulista Lusvarghi se alistou aos 18 anos na Legião Estrangeira, na França, onde serviu por três anos. Foi soldado da Polícia Militar (PM) de São Paulo entre 2006 e 2007, e, em 2010, se mudou para a Rússia.

Absolvido na Justiça de SP

Rafael Lusvarghi e o estudante Fábio Hideki Harano foram absolvidos, no mês passado, pela Justiça de São Paulo, das acusações de incitação ao crime, associação criminosa, resistência, desobediência e porte de material explosivo. Acusado de ser um dos líderes dos black blocs durante os protestos contra o Mundial no Brasil, Rafael chegou a ficar 45 dias preso em São Paulo em 2014. A decisão cabe recurso.
Fonte: O Tempo

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