Entre os primeiros donos, 97% estão satisfeitos com o aparelho.

Nova York, EUA. Perguntar se o Apple Watch será um sucesso ou um fracasso é mais ou menos como perguntar se minha filha de dois anos está destinada a estudar em Yale ou terminar na cadeia. No entanto, gurus da tecnologia costumam formar um bando precipitado, então não faltam prognósticos sobre o Apple Watch, aparelho lançado há três meses. Como as resenhas (incluindo a minha) foram ambíguas e o equipamento não demonstrou ser culturalmente revolucionário, há quem afirme que o relógio já chegou morto.
A Apple não quis fornecer cifras de vendas do seu produto mais recente. Tim Cook, seu principal executivo, afirmou que o aparelho teve “um ótimo começo”. As estimativas dos analistas variam, com muitos originalmente prevendo que o fabricante vendeu de 3 milhões a 5 milhões de relógios de abril ao final de junho. Depois de estudar o relatório de resultados do terceiro trimestre fiscal da Apple, vários revisaram suas estimativas, variando de 1,5 milhão a 3 milhões de unidades. Mesmo na avaliação menor, há justamente o contrário da morte instantânea. Luca Maestri, diretor financeiro da empresa, declarou que o relógio vendeu mais em suas primeiras nove semanas do que o iPhone ou o iPad em igual período.
Entretanto, o futuro do Apple Watch não será determinado pelas vendas do primeiro trimestre. As estreias de produtos da empresa costumam seguir um roteiro bem conhecido: um aparelho de primeira geração sempre é criticado por ser caro demais, ter pouca utilidade e costuma ser vulnerável à acusação de se tratar de uma solução em busca de um problema. Então, ao longo dos anos, a Apple e seus clientes descobrem os melhores usos para o objeto, à medida que o fabricante vai aprimorando o design e a funcionalidade para atender tais necessidades. O preço também costuma cair. Com isso, as vendas explodem.
Em função dessa história, a pergunta a ser feita sobre o Apple Watch não é se as vendas foram boas até agora, mas se o fabricante está seguindo direitinho aquele roteiro. A resposta aqui é muito mais definitiva do que os números nebulosos de vendas. Até agora, a Apple está seguindo exatamente a mesma diretriz com o relógio que adotou com o iPod, iPhone e iPad. Se ela mantiver esse padrão – tentando acrescentar novos recursos enquanto talvez reduza os preços e expanda a distribuição –, o futuro do Apple Watch pode vir a ser brilhante. O único porém é que determinar o sucesso levará meses, senão anos. Esperar pode ser pedir demais a comentaristas de tecnologia, mas pode ser a única opção.
Dos dados que temos até agora, boa parte se inclina para o lado positivo. Proprietários do Apple Watch, por exemplo, parecem gostar dele. Duas empresas de pesquisa, Creative Strategies e Wristly, realizaram recentemente um estudo com mais de 800 donos do equipamento. Ao redor de 97% se disseram muito ou um pouco satisfeitos com o aparelho. O índice é melhor do que o nível de satisfação correspondente do iPhone e iPad originais, que marcaram perto de 90% nos primeiros estudos de sentimentos dos clientes.
Flash
Preço. O Apple Watch começou a ser vendido nos Estados Unidos por US$ 349. No Brasil, a Apple ainda não informa oficialmente os preços. No entanto, de acordo com o site MacMagazine, que acertou os valores dos iPhones 6 no ano passado, ele deverá ser bem caro: quem quiser um terá que desembolsar pelo menos R$ 1.799. O modelo com caixa maior custaria R$ 2.099.

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