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domingo, 18 de outubro de 2015

Programa piloto quer melhorar cidade de Natal

Natal foi escolhida como projeto piloto para implantação do programa “cidades inteligentes e humanas”.

Imagine que, em um dia movimentado no centro de Natal, você precise encontrar rapidamente uma vaga de estacionamento. Praticamente impossível. Mas, e se existisse um sistema de sensores em cada vaga que avisasse, por meio de um aplicativo no celular, onde é possível deixar o carro? E se, neste mesmo dia, sem poder enfrentar a fila do posto de saúde, você pudesse agendar uma consulta pelo site? Quanto tempo seria possível economizar em um dia?

Ambos os exemplos de conectividade e bom uso das tecnologias como complemento à vida do cidadão existem, e são aplicados no Brasil em uma pequena cidade do interior paulista: Águas de São Pedro. O município é reconhecido como um dos primeiros a startar o processo de transformação em uma “cidade inteligente e humana”. Um dos muitos conceitos englobados pelo tema define como “cidade inteligente e humana” aquela que usa a tecnologia para melhorar os serviços à população, reduzir custos e melhorar a participação cidadã. Embora seja referência, Águas de São Pedro representa um movimento incipiente no país e que se resume, em maior parte, à inovação em áreas específicas.

Ana SilvaNatal foi escolhida como projeto piloto para implantação do programa “cidades inteligentes e humanas”

Na semana passada, Natal foi escolhida como projeto piloto para implantação do programa “cidades inteligentes e humanas” no formato já aplicado em cidades européias, que utiliza as plataformas Fiware e MyN para a disponibilização de dados governamentais, incentivando o desenvolvimento de soluções por meio de aplicativos que auxiliem o dia a dia da cidade. O projeto Smart Cities (cidades inteligentes) é uma iniciativa da União Européia em conjunto com o Banco Mundial. No ano passado, o projeto fundamentou a criação da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes, até agora composta por 21 cidades, das quais apenas três receberão o projeto piloto, gerenciado pelo professor português Álvaro Oliveira, presidente do EnoLL (European Network of Living Labs).

O pontapé inicial do projeto veio com a assinatura de um termo de cooperação de cinco anos entre a Prefeitura de Natal e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no final de setembro. Segundo a diretora de desenvolvimento socioeconômico da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla), Irani Santos, a ideia é que a cidade apresente os “problemas”, e a universidade as soluções. 

“Assinamos o termo para que a universidade possa dar as respostas através das aplicações, da produção de soluções tecnológicas que venham a atender necessidades municipais, como educação, saúde, transporte. É o desenvolvimento de aplicativos para resolução dessas necessidades e gargalos da cidade”, explicou Irani Santos. 

Para o cidadão comum, as mudanças serão gradativas. De acordo com a Prefeitura de Natal, o projeto envolve etapas: a primeira delas, entregue em mais um ano, seria a construção de um portal de dados abertos para que munícipes e empresas se interessem em gerar soluções, criando um ambiente inovador.

De acordo com o professor Frederico Lopes, coordenador do projeto dentro do Instituto Metrópole Digital, da UFRN, o termo “dados abertos” vai além da transparência governamental conhecida no Brasil e regulamentada pela Lei de Acesso a Informação, em 2011. 

“Você tem os portais da transparência hoje, mas eles não são suficientes. Dados abertos vão além de um relatório em pdf publicado em um site, mas ter os dados acessíveis via software. Os dados têm que permitir com que pessoas, empresas desenvolvem soluções em software consumindo estas informações em tempo real”, explica. E exemplifica: “Por exemplo, se eu quero saber a que horas vou pegar o ônibus para tal destino, preciso disponibilizar dados sobre o trânsito, o sistema, para que alguém possa desenvolver um software explicando quanto tempo vai demorar para ele passar na parada. Mas tem que ser um dado em tempo real, não com base em uma tabela.” A implantação de um projeto como este, segundo Lopes, ainda envolve uma mudança na cultura de participação social e, claro, em como facilitar o acesso da população aos dados. De que adiantaria disponibilizar os dados na nuvem se ainda não tenho acesso pleno à internet?
Fonte: Tribuna do Norte

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