O papa Francisco receberá o Prêmio Carlos Magno de 2016, anunciou ontem o conselho da instituição responsável pela honraria concedida anualmente pela cidade de Aachen a personalidades que se destacam pela contribuição à união da Europa e o compromisso com a paz. “Em tempos como os atuais, em que tantos cidadãos europeus estão necessitados de orientação, Sua Santidade, o papa Francisco, nos dá uma mensagem de esperança e coragem”, declarou o conselho em comunicado. A honraria é considerada uma das maiores distinções europeias.
DivulgaçãoPapa Francisco: compromissos renovados com a liberdade, paz, solidariedade e justiça social
O pontífice argentino se converteu numa “voz da consciência”, lembrando aos à Europa a necessidade de colocar o ser humano no centro de todas as suas ações e de manter o compromisso com “a liberdade, paz, justiça, democracia e solidariedade”.
O prêmio traz o nome de Carlos Magno (742/748-814), presumivelmente nascido em Aachen, que foi o imperador mais poderoso do início da Idade Média. Suas conquistas formaram um império que cobria a maior parte da Europa Ocidental. O líder da Igreja Católica será o 58º condecorado com a prestigiosa distinção, instituída em 1950. Em 2004 ela foi concedida ao papa João Paulo 2º.
O conselho de seleção é composto por representantes das áreas econômica, eclesiástica e acadêmica de Aachen. Até 2015, seguindo a tradição, a cerimônia de entrega ocorreu naquela cidade no oeste da Alemanha, no dia de Ascensão de Cristo. Desta vez, porém, o ato se realizará em Roma, em data a ser definida.
Entre as personalidades distinguidas com o prêmio se destacam os chanceleres federais alemães Konrad Adenauer (1954), Helmut Kohl (1988) e Angela Merkel (2008); o rei espanhol Juan Carlos 1º (1982); e os presidentes François Mitterrand (também 1988), da França, e Bill Clinton (2000), dos Estados Unidos. Em 2015 o condecorado foi o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
Ao falar ontem sobre o prêmio, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, fez o seguinte comentário: “Sabemos que o Papa Francisco jamais aceitou prêmios e honorificências dedicadas a sua pessoa. Portanto, esse é um fato totalmente excepcional e podemos nos perguntar por qual motivo o aceitou. Perguntei-lhe a respeito e ele me respondeu que este é um prêmio pela paz e, nestes tempos em que vemos esses graves riscos que existem para a paz no mundo – muitas vezes fala, inclusive, da Terceira guerra mundial em capítulos –, ele considera que é fundamental falar de paz, encorajar a agir em favor da paz.”
Segundo Lombardi, o Papa interpreta o prêmio não como algo conferido a ele, mas como ocasião de “uma nova mensagem de compromisso em favor da paz, dedicado e dirigido a toda a Europa que é um continente que deve construir e continuar construindo a paz em seu seio e sendo ativo, tendo um grande papel para a paz no mundo.”
Fonte: Tribuna do Norte
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