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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Médicos peritos do INSS voltam ao trabalho depois de 140 dias de greve


Os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) voltaram ao trabalho nesta segunda-feira, 25, depois de quase 140 dias de paralisação. A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) afirmou que os profissionais retornaram os trabalhos em "estado de greve", em que priorizam o chamado atendimento essencial - para as pessoas que precisam da perícia para ter direito a um dos benefícios (auxílio-doença ou aposentadoria especial por invalidez). 

O INSS, porém, esclareceu que a regra de priorização do atendimento é definida pelo próprio instituto e que o retorno vai permitir a "regularização" do atendimento. 

"Novas paralisações no futuro não estão descartadas", disse Luiz Argôlo, diretor da ANMP. "Esperamos que com esse distensionamento, o governo volte a dialogar com a categoria", afirmou Argôlo.

A entidade calculou que, no período da greve, 2,1 milhões de perícias deixaram de ser feitas. O tempo médio de espera para o agendamento saltou de 20 dias para 89 dias. Já o INSS estimou que 1,3 milhão de perícias não tenham sido realizadas desde o início da greve. No período, outras 1,1 milhão de perícias foram atendidas, segundo o instituto. O órgão calcula que 830 mil benefícios estejam na fila esperando para serem concedidos. Nesses mais de quatro meses, quase 608 mil benefícios foram aprovados. 

Atualmente, o INSS conta com 4.330 servidores peritos médicos, cujo salário inicial para uma jornada de 40 horas é de R$ 11 383,54 chegando a R$ 16.222,88. Os médicos peritos pedem aumento salarial de 27,5% em, no máximo, duas parcelas anuais, redução da carga horária de 40 horas para 30 horas semanais, a recomposição do quadro de servidores e o fim da terceirização da perícia médica.

O governo informou, por meio de nota, que apresentou, em ofício enviado à ANMP no dia 8 de dezembro, proposta que contempla a maioria dos pontos exigidos na mesa de negociação. A exigência dos médicos de redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais sem perda de remuneração, no entanto, é um ponto de discordância.

De acordo com o Ministério do Planejamento, foi oferecido aos peritos médicos reajuste de 10,8%, a ser pago em duas vezes, e reajuste dos benefícios sociais - as mesmas condições das demais categorias do funcionalismo.

Segundo a ANMP, a União gasta R$ 125 bilhões a benefícios, sendo a metade paga sem perícia médica. A entidade diz que, em 5 anos, quase 3 mil peritos abandonaram a carreira. A taxa de evasão é de 2 peritos por dia útil, "algo inédito no serviço público federal".
Fonte: Novo Jornal

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