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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Frota de veículos do RN é mais nova do que a dos EUA

A grande maioria dos veículos que transitam hoje nas vias de Natal foi adquirida antes de 2010. Somente 37,8% da frota de carros, motos e automóveis de grande porte da cidade possuem menos de sete anos de uso. Essa tendência, porém, não é exclusividade da capital potiguar. Os automóveis que circulam nas ruas e estradas de todo o país, de uma maneira geral, estão envelhecendo.

Os condutores brasileiros estão esperando cada vez mais para trocarem os seus veículos por modelos mais recentes – por vezes, preferindo até mesmo comprar um automóvel usado ou seminovo ao investir em um 0 km. Graças ao momento de instabilidade econômica pelo qual o país passa atualmente, o setor automotivo brasileiro tem sofrido com o desinteresse do consumidor, que encontrou outras prioridades.

As vendas de automóveis no Brasil estão em declínio desde 2013, e fecharam 2015 com 2.476.904 unidades comer-cializadas, volume quase 1 milhão abaixo do de 2014. Na tentativa de recuperar o setor, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) propôs ao governo um programa de renovação da frota, que inclui automóveis, caminhões, motocicletas e implementos rodoviários.

No entanto, de acordo com o último relatório estatístico da frota local, divulgado pelo Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran-RN), essa renovação ainda não é percebida nas ruas das cidades potiguares. Boa parte dos veículos completou, ou está prestes a completar, uma década de uso. 27,66% de todos os automóveis do Estado foram adquiridos entre os anos de 2005 e 2009. 

Essa também é a média nacional, que aponta para uma idade de 6,9 anos para a maioria dos carros e motos do país. O curioso é que cerca de 12% da frota potiguar também é composta por veículos com 20 anos ou mais de uso, fabricados antes de 1995.

Até dezembro de 2014, somente 12,5% dos carros e motos tinham dois anos ou menos de idade. Nesse ano, foi comercializado um total de 68.188 veículos novos. O que representou uma queda de 6,4% nas vendas em relação ao ano anterior (em 2013, foram vendidos 72.894 veículos 0 km no RN). Até o momento, o Detran-RN ainda não divulgou o relatório mais atualizado, com os números referentes a 2015.

Atualmente, a frota potiguar conta com 1.113.190 veículos. Esse número é atualizado constantemente pelo órgão estadual através de um relatório em tempo real encontrado no site do Detran-RN.

MOTOCICLETAS
O relatório em tempo real da frota registrada no Detran-RN aponta ainda que, nos últimos anos, o condutor poti-guar tem preferido usar carro a motocicleta. O número de veículos em duas rodas cresce de maneira bem mais lenta que o de automóveis de passeio no estado, o que contribui para que a distância entre os dois aumente cada vez mais.

Em 2013, existiam aproximadamente 387 mil motos e motonetas em todo o Rio Grande do Norte, enquanto que o número de automóveis chegava perto dos 429 mil. Uma diferença, portanto, de 42 mil veículos.
Apenas um ano depois, em 2014, essa discrepância já era de 44 mil carros a mais que motocicletas no estado. Enquanto que os veículos em duas rodas somavam 416,4 mil registros no Detran-RN, os automóveis ultrapassavam os 460 mil.

Até o fim da semana passada, essa diferença já havia aumentado para 45,6 mil. Os números mais atuais apontam a existência de 443,6 mil motos e motonetas no estado, enquanto 489,2 mil carros de passeio transitam nas ruas e estradas do estado.

Essa tendência é provocada, sobretudo, pelos condutores da capital, que, sozinha, possuí um terço de toda frota do RN. Em Natal, os carros são maioria, com 123 mil registros a mais que motos. Por outro lado, nas demais cidades do interior potiguar, a situação se inverte. São as motocicletas quem dominam as vias com exatos 353.417 veículos. O que representa 77, 9 mil registros a mais que automóveis.

Frota brasileira é mais nova que a de países desenvolvidos

Sucessivas quebras de recordes de vendas deixaram como saldo uma frota mais nova do que a de Alemanha e Japão, por exemplo. Estudo da consultoria Jato do Brasil mostra que os carros que rodam no país têm idade média de 6,9 anos. Dependendo da fonte de consulta, é possível encontrar variações nos números, mas não a ponto de alterar esse quadro. 

De acordo com o Sindipeças, sindicato da indústria de autopeças, a idade média da frota nacional é de 8,7 anos. Já para a empresa de consultoria IHS Automotive, que fez estudos sobre o tema, é de 8,1 anos, bem menos que a dos EUA, com 11,5 anos. Na Alemanha, os carros têm 9,4 anos (dados da Autoridade Federal de Transportes). A China tem frota mais nova porque o processo de in-dustrialização no país é muito recente.

A explicação para o rejuvenescimento da frota nacional, em comparação com outros países, está no fato de que, de 2003 a 2012, as vendas do setor no país subiram ano após ano. A queda observada a partir de 2013 não comprometeu a renovação observada no período de "vacas gordas". 

"Note que até 2005 os emplacamentos representavam menos da metade das vendas de 2012", afirma o gerente de desenvolvimento de negócios da Jato do Brasil, Milad Kalume Neto. "Isso não significa que os veículos velhos deixaram de circular, mas a entrada de novos foi bem superior."

O bom momento do mercado brasileiro, até 2012, contrastou com o período de queda de vendas na Europa e EUA. Enquanto a crise dos Estados Unidos em 2008 derrubou as vendas e afetou até o continente europeu, por aqui a economia estava aquecida e havia incentivos para o setor, com redução de impostos e crédito fácil, incluindo prazos longos. 

Os emplacamentos subiram aqui e caíram em boa parte dos países desenvolvidos. Assim, enquanto a idade dos carros baixou, nos mercados mais maduros ela subiu.

Frota mais jovem resulta em menos poluição, quebras e acidentes. Isso porque modelos modernos incorporam motores mais econômicos e menos polu-entes, além de itens como freios ABS e air bags.

Fonte: novojornal.jor.br

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