quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

FUTURO: Grupo australiano cria implante que transmite comandos cerebrais

Monitoramento também pode ajudar pacientes com casos de convulsões.
Futuro. Pesquisadores australianos esperam relacionar o ‘stentrode’ a um exoesqueleto similar ao da imagem
Computadores, cadeiras de roda e próteses controlados pelo pensamento podem estar disponíveis dentro de uma década, afirmam cientistas australianos que criaram uma nova tecnologia. Os pesquisadores planejam conduzir testes em humanos no ano que vem, com um implante que pode captar e transmitir sinais cerebrais. As informações são da agência de notícias Reuters.

A dispositivo, do tamanho de um palito de fósforo, já foi testado em animais, implantado em vasos sanguíneos próximos ao cérebro. O produto foi batizado de “stentrode”, porque é um stent (malha microscópica em forma de tubo) com eletrodos (terminações metálicas que captam eletricidade).

A ideia é usar os sinais elétricos que o dispositivo capta para convertê-los em informações que possam ser usadas para controlar algo como um braço biônico.

“A grande inovação é que agora nós temos um dispositivo de interface cérebro-computador minimamente invasivo que possivelmente será prático para uso no longo prazo”, afirma Terry O’Brien, chefe do Departamento de Medicina e Neurologia da Universidade de Melbourne, que desenvolveu o stentrode.

Avanço. O método atual para acessar sinais cerebrais precisos requer cirurgias complexas, com abertura do crânio, e se torna menos eficiente após alguns meses.

O stentrode é menos invasivo porque pode ser inserido por uma veia no pescoço do paciente e posicionado em um vaso sanguíneo perto do cérebro.

O teste em animais foi feito para averiguar a capacidade do stentrode de captar sinais neurais, não para convertê-los em sinais eletrônicos para movimentar membros biônicos, que já são tecnologia estabelecida.

Aplicações. Ganesh Naik, professor da Universidade de Tecnologia de Sydney, não envolvido no projeto, afirma que nem sempre testes em animais se traduzem em sucesso nos experimentos com humanos. “Se isso funcionar como deve em testes com humanos será um avanço extraordinário”.

Outros potenciais usos para o stentrode incluem o monitoramento de sinais cerebrais de pessoas com epilepsia para antecipar a ocorrência de uma convulsão. Caso tenha sucesso, o dispositivo também pode permitir a um paciente se comunicar por computador, afirma Clive May, professor do Instituto Florey de Neurociências e Saúde Mental, que trabalha no projeto.

“As pessoas teriam de ser treinadas a ‘pensar os pensamentos certos’ para fazer isso funcionar, assim como se aprende a tocar música”, afirmou. “É algo que é preciso aprender, mas, uma vez feito, se torna natural”.

Flash
Brasil. Em 2014, foi apresentado o exoesqueleto criado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. O equipamento é conectado a eletrodos sobre o couro cabeludo.

Fonte: Portal O Tempo

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