Operação Alcateia foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (4).
Ao todo, são 39 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão.
AParticipam da operação 120 policiais e 9 promotores de Justiça (Foto: Divulgação/PM)
Uma ação conjunta, realizada pelo Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, deu início na manhã desta quinta-feira (4) ao cumprimento de 39 mandados de prisão com o objetivo de desarticular uma associação criminosa que vem agindo de dentro dos presídios do Rio Grande do Norte. Vinte e sete mandados expedidos pela Justiça foram cumpridos contra pessoas que já estão atrás das grades.
Segundo o MP, 120 policiais e 9 promotores de Justiça participam da Operação Alcateia, resultado de 10 meses de investigação.
Além dos 39 mandados de prisão, também foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão expedidos pelos juízes das varas criminais de Apodi, Caicó e São Gonçalo do Amarante. Os alvos da operação são investigados por crimes de organização criminosa, homicídios, roubos, tráfico ilícito de entorpecentes, dentre outros.
Ainda nesta quinta, cinco pessoas foram presas em flagrantes por crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. A Justiça determinou ainda o bloqueio de 79 contas bancárias usadas pela facção, pertencentes a titulares que estão sendo investigados quanto à colaboração com a organização criminosa.
A investigação tem origem a partir de informes coletados nas Operações Alcatraz e Citronela, deflagradas respectivamente em dezembro de 2014 e setembro de 2015.
Operação Alcatraz
No dia 2 de dezembro de 2014, numa operação semelhante, o MP também realizou uma investigação para desarticular facções que vinham agindo dentro e fora dos presídios do estado. Denominada Alcatraz (uma alusão ao nome da penitenciária americana instalada na ilha de Alcatraz, que no início do século XX recebia os chamados chefões do crime organizado), a operação cumpriu 320 mandados, sendo 223 mandados de prisão e 97 mandados de busca e apreensão.
Dos 223 mandados de prisão, 154 foram para investigados já presos, integrantes de duas organizações criminosas. Além do Rio Grande do Norte, as ordens judiciais foram cumpridas também em São Paulo, Paraná e Paraíba.
No RN, os mandados foram cumpridos em Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Currais Novos, Caicó, Assu, Parelhas, Lajes, Jucurutu, Jardim do Seridó, Jardim de Piranhas, São Vicente, Acari, Cruzeta e Santa Cruz.
Favela do Mosquito, que fica no bairro das Quintas,
foi o principal alvo da Operação Citronela
(Foto: Ediana Miralha/Inter TV Cabugi)
Operação Citronela
Já a operação Citronela, aconteceu em setembro de 2015. Na ocasião, o MPdesarticulou uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro em Natal. Cerca de 200 policiais participaram da ação e deram cumprimento a 23 mandados de busca e apreensão - a maioria nas imediações da ponte de Igapó.
Joel Rodrigues da Silva, mais conhecido como Joel do Mosquito, foi preso apontado como líder da organização criminosa. Ainda segundo o MP, ele atuava há vários anos na comunidade conhecida como Favela do Mosquito, que fica no bairro das Quintas, na Zona Oeste da capital.
Joel Rodrigues da Silva, o Joel do Mosquito
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
No dia 10 de outubro, Joel do Mosquito foi encontrado morto dentro da Cadeia Pública de Natal. Quando o corpo de Joel foi encontrado estava com um lençol amarrado no pescoço e dependurado nas grades de um portão que dá acesso ao primeiro andar do presídio.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o comando do tráfico de drogas na Favela do Mosquito deu a Joel um patrimônio composto por automóveis de luxo, apartamentos, terrenos em praias, uma empreiteira e duas clínicas de estética no Rio Grande do Norte. A lista dos bens está na denúncia feita pelo MP. O patrimônio, segundo o órgão ministerial, soma R$ 2 milhões.
Do G1 RN
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