No Dia Mundial da Água, uma notícia preocupante para o Rio Grande do Norte: com El Niño atuando no Pacífico, as chuvas no sertão tendem a ficar abaixo do normal em 2016, o que caracterizaria “seca verde” pelo quinto ano seguido.
E com uma agravante: os principais reservatórios com o menor nível de água dos últimos tempos.
A previsão do inverno para o trimestre abril-junho no Semiárido Nordestino – que reforça as anteriores – foi divulgada na terça-feira pela Agência Pernambucana de Águas e Meteorologia (APAC), ao final de uma reunião de meteorologistas.
“A previsão é de chuvas abaixo da média histórica, para o setor Leste do Nordeste brasileiro e permanência de chuvas abaixo da média nas demais áreas do Nordeste”, dizem os meteorologistas.
O prognóstico teve como base os dados pluviométricos e modelos globais coletados no mês de fevereiro e na primeira quinzena de março.
A análise das chuvas acumuladas entre 1º de janeiro e 22 de março, feita pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), mostram que em 143 municípios monitorados no RN, todos eles estão na classificação “muito seco”.
“No Rio Grande do Norte as chuvas ocorridas no mês de fevereiro de 2016, início do período chuvoso no semiárido deste Estado, se concentraram nas regiões do Seridó Ocidental, Médio Oeste, Baixa Verde e no Litoral Leste e ocorreram chuvas isoladas no vale do Açu e Angicos, parte central do estado, porém essas chuvas não foram suficientes para mudar o quadro de seca”, informa o “Monitor de Secas do Nordeste do Brasil”, nova ferramenta lançada ontem pelo governo federal, sob a coordenação do Ministério da Integração Nacional.
De acordo com o “Monitor”, “os indicadores continuaram apresentando uma variação de intensidade entre a seca extrema (S3), no sudoeste e oeste do Estado, a fraca (S1), na faixa que se estende pelo agreste até o litoral norte. Por outro lado, na maior parte do litoral leste do Estado, não foram verificados indícios de seca. Em relação aos impactos, estes se mantiveram como sendo de longo prazo em, praticamente, todo o Estado.”
O relatório aprovado na reunião do Recife também prevê a ocorrência de veranicos – chuvas esparsas com intervalos de estiagem que podem chegar a 10 ou mais dias – no período.
Reservatórios
Os últimos dados coletados pela Secretaria de Recursos Hídricos do RN mostram que o volume dos principais reservatórios atingiram o nível mais baixo desde a inauguração da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em 1983.
A barragem, que tem capacidade para 2,4 bilhões de metros cúbicos, está com apenas 475,4 milhões (medição do dia 20 de março), ou 19,8%. Ele entrará em “volume morto” quando atingir 240 milhões de metros cúbicos.
Sem inverno e sem as águas da transposição, o secretário estadual dos Recursos Hídricos, Maiton França, estima que isso já possa ocorrer no início de 2017.
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BACIAS HIDROGRÁFICAS
Volume em metros cúbicos – fevereiro/2016
APODI/MOSSORÓ
Máximo: 1.117.376.237
Atual: 244.205.295
Porcentual: 21,8%
• Principais reservatórios
Barragem Santa Cruz (Apodi)
Atual: 179.616.630
Porcentual 29,9%
Barragem Umari (Upanema)
Atual: 54.935.661
Porcentual: 18,7%
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PIRANHAS/AÇU
Total: 2.966.798.008
Atual: 511.872.943
Porcentual: 17,2%
• Principais reservatórios
Armando Ribeiro Gonçalves (Itajá)*
Atual: 475.458.667
Porcentual: 19,81%
Mendubim (Assu)
Atual: 13.050.220
Porcentual: 17,09%
Pataxó (Ipanguaçu)
Atual: 6.804.017
Porcentual: 45,3%
ONDE MAIS CHOVEU
1º de janeiro a 22 de março 2016
Água Nova 467,3
Martins 460,4
Campo Grande 435,7
Olho D’água do Milho 433,6
Parnamirim 397,2
Apodi 391,5
Senador Georgino Avelino 380,9
José da Penha 378,0
Itaú 377,2
Umarizal 376,0
Portalegre 375,4
Encanto 373,0
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Fonte: mercado.com
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