Homem teve ajuda de conterrâneo da Bahia que mora em Campinas.
Fogo destruiu 21 barracos no último domingo (17) na região do S.Fernando.
Uma semana após o jardineiro Ricardo Esteves da Silva perder R$ 17,5 mil que guardava em uma caixa de sapato no incêndio que destruiu a sua casa no Jardim Itatiaia, na região do São Fernando, em Campinas (SP), ele foi acolhido por um conterrâneo e recebeu doações.
O jardineiro veio para Campinas para trabalhar, juntar dinheiro e mandar para a família que ficou na Bahia, mas o incêndio atrapalhou seus planos. Após o fogo destruir dezenas de barracos de madeira, ele está morando provisoriamente nós fundos da casa de José Augusto de Oliveira.
Oliveira, que trabalha como garçom e cabelereiro na cidade, se comoveu ao saber da história do conterrâneo. "Eu fiz o convite, ele veio e graças a Deus ele está gostando.Mas ele está muito abatido ainda, ele fica pensando nas coisas que perdeu, que vai conseguir", afirma. Silva e Oliveira são da mesma cidade, Bom Jesus da Lapa, interior da Bahia.
Improviso
O garçom pegou a cama da filha e colocou na sala, transformando o local em um quarto para o jardineiro. A menina agora dorme no quarto dos pais. Mesmo com um espaço apertado, o novo amigo ganhou um lugar para ficar.
"Para agradecer o que ele fez eu não tenho palavras, eu não tenho mais lágrimas para chorar, para agradecer, só sei dizer que para mim ele é do meu sangue", afirma o jardineiro.
Além de moradia, o jardineiro recebeu algumas doações de ferramentas, mas ainda faltam equipamentos importantes para retomar o trabalho, como roçadeira e motosserra.
O baiano pretende voltar para casa, mas antes quer recuperar tudo o que perdeu. "A minha família é tudo", diz.
Moradores desabrigados
Os moradores que perderam tudo no incêndio continuam alojados em um barracão de festas no mesmo bairro. O salão abriga sete famílias, que dividem o mesmo banheiro e se revezam na cozinha.
Em um canto dorme uma bebê, de 4 meses. "Eu cubro ela com bastante cobertinhas, para ela não pegar resfriado e dorme abraçado", afirma a dona de casa Amanda Fernandes. As crianças ficam expostas ao perigo. "Nós já achamos escorpiões, piolho de cobra, tem um córrego aqui em frente", diz o jardineiro Luciano dos Santos.
Santos perdeu tudo e foi viver no local com as filhas que todos os dias lembram do local onde moravam. "Às vezes elas falam assim: nossa pai, a nossa casa foi para o céu, pegou fogo, nós vamos morar onde? Eu não tenho nada o que responder", desabafa o jardineiro.
Por sorte, doações para essas famílias não param de chegar. Água, leite, comida e roupas. A advogada Elaine Camargo conta que se juntou a um grupo de amigo para fazer arrecadações.
"Nós nos solidarizamos com a situação, fizemos uma arrecadação de alimentos, roupas, brinquedos e hoje viemos entregar", afirma Elaine.
Uma Organização não Governamental (ONG) ajuda a organizar as doações. As pessoas que estão alojadas no salão aguardam sem saber para onde ir.
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