Produto é necessário em exames de compatibilidade entre doador e receptor.
8 transplantes não foram feitos nesta quarta; RN tem 160 pessoas na fila.
Oito transplantes de rins foram suspensos nesta quarta-feira (22) em Natal por falta de reagente, produto usado nos testes de compatibilidade. No Rio Grande do Norte, 160 pessoas estão na fila para receber o órgão.
Os rins seriam transplantados em pacientes dos hospitais Walfredo Gurgel e Santa Catarina. De acordo com César Brito, médico urologista, os órgãos eram de jovens e estavam em ótimo estado para transplantes. "Doação é um ato nobre das famílias em um momento de dor. Mas na hora da captação, ficamos limitados. É frustrante. É uma pena perder órgãos tão bons", disse. O reagente é necessário para o teste de compatibilidade, que estabelece qual paciente pode receber o rim.
Kleber Cavalcanti, diretor do Hemovida -responsável pelos testes de compatibilidade-, informou que o motivo da paralisação dos exames que verificam a compatibilidade entre doador e receptor é o atraso no pagamento, que é realizado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e Ministério da Saúde. Segundo ele, desde maio de 2015 que o pagamento não é feito. Por causa disso, o Hemovida não consegue arcar com os custos dos reagentes necessários. "O valor que deveríamos ter recebido é de R$ 1,3 milhão até dezembro do ano passado", disse.
Em nota, a Sesap esclareceu que foi realizado junto ao estado de Pernambuco um empréstimo de kits de reagente HLA, necessário para os exames de compatibilidade nos transplantes de órgãos, que irá suprir a demanda do setor. "Esses kits chegarão ao Rio Grande do Norte na tarde desta quinta-feira (23). Paralelo a isto, encontra-se em tramitação o processo para pagamento da dívida – no valor aproximado de R$ 1,3 milhão – junto ao Hemovida, prestador conveniado ao SUS. O processo encontra-se na Procuradoria Geral do Estado (PGE) e a expectativa é que seja pago até a próxima semana", diz a nota.
De acordo com a Central de Transplantes, dois rins estão na Bahia e seriam doados para pacientes do Rio Grande do Norte. Por causa da falta de reagente, os órgãos não foram transportados para Natal.
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