domingo, 21 de agosto de 2016

Roubo de carros em Natal tem redução de 43% em trinta dias, diz Deprov


A Polícia Civil registrou queda de 43% na média das ocorrências diárias de furtos e roubos de carros no decorrer das operações policiais realizadas durante e após os ataques promovidos pelas facções criminosas alojadas no sistema penitenciário potiguar. De acordo com as autoridades, o motivo foi a concentração do aparato policial nas ruas, inclusive com a presença ostensiva das tropas federais requisitadas pelo governador Robinson Faria, que inibe a ação de criminosos.

A informação é da Delegacia Especializada de Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (Deprov), e os números se referem aos casos que aconteceram na área de cobertura da delegacia: todo o território potiguar, excluindo Mossoró e região.

De acordo com o delegado titular da unidade, Licurgo Nunes Neto, também houve redução das ocorrências de roubo e furto de motocicletas, mas a diminuição foi menor, de aproximadamente 11%.
A Deprov fez um levantamento das ocorrências entre o dia 16 de julho e o dia 15 de agosto. No meio deste recorte de tempo, a partir do dia 29 de julho foram iniciadas as operações policiais para coibir os ataques no RN, iniciados na Penitenciária Estadual de Parnamirim em protesto contra a instalação de bloqueadores de sinal de telefonia móvel na unidade.

Os indicadores da Delegacia Especializada mostram que, nos primeiros dias do período do levantamento, chegou-se a registrar 31 ocorrências em um só dia, o de maior incidência. Após o dia 29 de julho, o número total de ocorrências diárias, entre roubos de motocicletas e carros, não ultrapassou 22 casos.

Depois do início das incursões da polícia, a Deprov chegou a ter registro em um dos dias de apenas nove roubos em toda a sua região de atuação. Isso foi em 12 de agosto.
O delegado da Especializada explica que os dias de maior incidência desse tipo de crime são quinta-feira, sexta-feira e sábado. E foi exatamente nesses dias, após o início da Operação Guardião, a força tarefa montada pela Polícia Militar e Polícia Civil para coibir os ataques a ônibus e imóveis do patrimônio do estado e privado, que as ocorrências começaram a apresentar diminuição.

Durante esses dias, até a chegada das tropas do Exército brasileiro, a Polícia Civil atuou em apoio ao policiamento ostensivo, de acordo com o que informou Licurgo Nunes Neto, para aumentar as incursões das forças de Segurança Pública.

Segundo o delegado, a redução se manteve após o início da Operação Potiguar, realizada pelo Exército, que faz o trabalho de manutenção da ordem pública com patrulhamentos na rua.
Durante o período da Operação Guardião também foi montada uma força tarefa na parte de investigação, quando se organizou uma Central de Operações da Polícia Civil na 4ª DP, em Mãe Luíza, para a desarticulação dos grupos criminosos.

Para Licurgo Neto, o ocorrido “evidencia” que as polícias do Rio Grande do Norte, se tiverem mais efetivo, conseguem reduzir os indicadores da criminalidade e, consequentemente, a realização de crimes. “O apelo que a gente sempre faz, de que precisa de gente, precisa de pessoal, acabamos provando nessa atuação”, enfatiza.

Na Deprov, os agentes e o delegado mantiveram duas escalas neste período: uma durante o dia e a outra no turno noturno. “A de dia para manter a delegacia minimamente operante, para continuar recebendo as pessoas, tocar o que já estava marcado, e uma escala da noite, como pessoal fazendo policiamento ostensivo. Mas não podemos fazer isso a vida toda”, explica.

“Fica a prova que se houver o reforço policial, tanto na investigação, quanto na polícia ostensiva, naturalmente o resultado vai aparecer”, reforça. 
O delegado diz ainda que não basta só ter mais gente. “O policiamento deve ser localizado, direcionado nos locais onde ocorrem os maiores problemas, com uma boa equipe de mobilização”.

Criminosos mudam forma de atuar

O delegado Licurgo Neto afirmou ainda que, durante a ação mais ostensiva das polícias pelas ruas, houve uma mudança na atuação dos criminosos que roubam e furtam veículos.
Segundo ele, os carros são o alvo mais procurado pelos bandidos, contudo aconteceu uma inversão a partir da Operação Guardião. Houve mais roubo de motos do que de automóveis nesse período.
O delegado atribui o fenômeno à maior facilidade tanto na hora de tomar esses veículos, quanto no seu uso para a atividade criminosa.

O titular da Deprov diz que, na maioria das vezes, os veículos roubados são utilizados para realizar novos crimes. Com muita polícia na rua, seria, na opinião de Licurgo Neto, mais fácil cometer delitos e fugir em motocicletas. “Têm mais mobilidade, podem entrar em becos estreitos, subir calçadas e fugir da polícia, por isso essa inversão”, corrobora.

No que concerne aos carros, os modelos mais procurados, ainda de acordo com as informações repassadas pelo delegado, são os mais populares. “Celta, Gol, Uno, Pálio, por exemplo”.
O motivo é que estes modelos chamam menos atenção ao trafegarem na rua e facilitam que os assaltantes pratiquem crimes sem que sejam percebidos com facilidade.

Outro fator que faz com que eles procurem os carros populares é o outro destino dado a esses automóveis: o desmanche. Em algumas das vezes, os carros são roubados para terem as peças vendidas ilegalmente.
Como há vários desses automóveis populares circulando na cidade, a procura pelas peças deles também é grande, melhorando o negócio ilícito de contrabando.
Fonte: Novo Jornal

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