terça-feira, 8 de novembro de 2016

Sem bloqueadores em Alcaçuz, RN quer Força Nacional por mais 60 dias

Reforço chegou ao estado no dia 12 de agosto para passar 60 dias.
Celulares ainda funcionam dentro do maior presídio do estado.

Sem bloqueadores em Alcaçuz, RN quer Força Nacional por mais 60 dias

O Governo do Rio Grande do Norte quer prorrogar a presença da Força Nacional no estado por mais 60 dias. É que o prazo vigente, também de dois meses, está prestes a expirar sem que a missão tenha sido cumprida. E não por culpa dos policiais. “Não foram concluídas as instalações dos sistemas de bloqueadores dos sinais de rediocomunição em unidades prisionais estaduais”, justifica o governador Robinson Faria no ofício.

O pedido de renovação foi assinado no dia 19 de outubro, mas só foi enviado a Brasília no último dia 4. O documento é destinado ao ministro da Justiça e Cidadania Alexandre Moraes.

“Outrossim, ressalte-se que até o final de outubro serão içadas e energizadas as torres da Penitenciária de Alcaçuz, o maior complexo penal do estado, o que será determinante para o início do bloqueio dos sinais de celulares nesta unidade prisional”, acrescentou o governador, ainda no documento.

Segundo o secretário estadual da Justiça e da Cidadania, Wallber Virgolino, até o dia 15 deste mês as torres de bloqueadores de celular de Alcaçuz estarão de pé e funcionando.
Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Atualmente, a unidade possui 1.100 detentos. A capacidade, no entanto, é para 620.

Reforço
O RN recebeu o reforço da Força Nacional no dia 12 de setembro. Na ocasião, a secretária-chefe do Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha, afirmou ao G1 que o governo havia solicitado o apoio "para garantir o cumprimento da meta de instalação de bloqueadores de celulares nas unidades prisionais do Rio Grande do Norte". Em uma rede social, o próprio governador já havia celebrado a notícia: “Recebi a confirmação que já saíram do Rio de Janeiro, com destino a Natal, 116 homens da Força Nacional que chegam na segunda à noite para reforçar o policiamento e fortalecer a segurança pública, junto nossas polícias, que estão tendo uma atuação de destaque no combate ao crime. A ordem é não recuar (SIC)”.

Ataques criminosos
Os primeiros bloqueadores de celular instalados no sistema prisional potiguar começaram a funcionar no dia 28 de julho deste ano na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), cidade da Grande Natal – fato que motivou uma série de ataques criminosos que aconteceram em várias cidades do estado.

Ônibus, carros, prédios da administração pública e bases policiais em 42 cidades foram alvos de incêndios, depredações e disparos de arma de fogo. Os ataques, 118 ao todo, aconteceram entre o dia 29 de julho – um dia após a instalação dos bloqueadores – e o dia 15 de agosto. Não houve mortos. Um dos acessos ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, e até mesmo a vegetação do Morro do Careca (um dos principais cartões-postais do RN) também sofreram com os ataques.
Para controlar a situação, antes da chegada da Força Nacional, 1.200 homens das Forças Armadas estiveram na Grande Natal com a missão de patrulhar as principais vias da capital, pontos turísticos e o aeroporto. A Secretaria de Segurança Pública (Sesed) confirmou que, ao final da missão, 112 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos crimes.

Deficit carcerário
Segundo a Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc), órgão responsável pelo sistema prisional do estado, o Rio Grande do Norte possui 33 unidades prisionais. Juntas, elas oferecem 3,5 mil vagas para uma população carcerária de 8 mil presos, ou seja, deficit de 4,5 mil vagas.

Mortes e fugas
Além de unidades depredadas e da superlotação, mortes e fugas são problemas que o sistema prisional potiguar enfrenta diariamente. Somente este ano, 25 detentos morreram de forma suspeita ou foram assassinados dentro de unidades prisionais mantidas pelo Estado. E mais: 347 detentos já escaparam do sistema prisional potiguar somente em 2016.
Do G1 RN

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