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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Visita periódica ao médico e vacina são armas contra o HPV

Meninas entre 9 e 13 anos e meninos de 12 e 13 anos têm imunização gratuita
Jovens. Vacinação para meninas e meninos está disponível na rede pública de saúde

Foi no banho que a estudante de relações públicas Bárbara Alves, 22, notou pequenas verrugas na região genital e resolveu procurar uma ginecologista. Já na primeira consulta ficou confirmado que ela estava infectada pelo HPV, o Papiloma Vírus Humano, que é sexualmente transmissível, pode causar câncer de colo uterino e com o qual cerca de 80% da população brasileira terá contato durante a vida.

“É preciso frisar que se trata de uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), por isso a importância do uso de preservativos”, explica o ginecologista Eduardo Cândido, membro da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).

São conhecidos cerca de 200 tipos do vírus, sendo alguns mais danosos, pois podem causar câncer de colo do útero nas mulheres e de pênis nos homens, além de tumores no ânus e na garganta em ambos os sexos. Outros tipos podem causar verrugas genitais, que são tratadas por meio de cirurgias, medicamentos e pomadas e, como foi o tratamento de Bárbara, cauterização com ácido. “Foi bem tranquilo, em duas consultas as lesões foram eliminadas e não voltaram mais”, relata a estudante.

Há exames que identificam a presença do papiloma vírus, como o tradicional exame papanicolau, recomendado para mulheres com vida sexual ativa. “Esse exame é de suma importância, pois com ele se identifica lesões uterinas pré-cancerígenas, por isso a necessidade de mulheres o realizarem anualmente”, afirma Cândido. No caso dos homens, os exames são clínico, como a peniscopia.

Vacinação. Como forma de prevenção, o Ministério da Saúde, desde 2014, incluiu na rede pública a vacina contra o HPV para meninas entre 9 e 13 anos e, recentemente, expandiu para meninos de 12 e 13 anos.

Segundo Cândido, a vacina atua contra quatro dos subtipos do vírus. “A vacina tetravalente atua contra os tipos 6 e 11, causadores das verrugas, e 16 e 18, responsáveis por 60% dos casos de câncer de colo uterino”, explica.

O ginecologista Délzio Bicalho, também membro da Sogimig, explica que é importante que a pessoa ainda não tenha tido contato sexual para tomar a vacina. Por isso, essas foram as idades estipuladas para receberem as doses pela rede pública. Mas há também a imunização disponível para adultos pela rede privada.

“É de suma importância a conscientização por parte dos pais em levar os filhos para vacinação, e, com a vacinação para meninos, devem aproveitar. Meninos são transmissores e, muitas vezes, por não apresentarem sintomas, acham que são imune ao vírus”, diz Bicalho.

Mas os exames preventivos são essenciais. “A vacinação é uma importante cobertura, mas o exame papanicolau deverá continuar sendo feito, pois não sabemos se a pessoa teve o contato com o vírus, e a vacina não cobre todos os tipos de HPV que causam a doença”, ressalta Eduardo Cândido.

Disponibilidade

Rede pública. A vacinação contra o HPV é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas entre 9 e 13 anos e para meninos de 12 e 13. A vacina oferecida é a tetravalente, que previne os tipos 6, 11, 18 e 16 da doença.

Rede Particular. A vacina pode ser adquirida na rede particular para pessoas entre 9 e 26 anos. A tetravalente custa em média R$ 300 a dose, e a bivalente, que previne contra os tipos 16 e 18, principais causadores de câncer, custa R$ 200 a dose.

Flash

Casos. O câncer de colo de útero é o terceiro com maior incidência em mulheres no Brasil, perdendo para o câncer de mama e de intestino. Anualmente são registrados 16 mil casos, sendo 5.000 com morte.
Fonte: O Tempo

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