“Estou na UTI, ainda muito mal, com um pulmão perfurado e costelas quebradas. O projétil passou raspando na coluna vertebral. Escapei de morrer e por pouco não ×quei tetraplégico”. O relato é do próprio paciente. No caso, o promotor público Wendell Beetoven Ribeiro Agra, que falou com exclusividade ao G1 por meio do WhatsApp.
Beetoven foi baleado nas costas durante um atentado ocorrido na última sexta-feira (24) dentro da sede do Ministério Público do Rio Grande do Norte, em Natal. O procurador-geral adjunto de Justiça Jovino Pereira Sobrinho também foi atingido. Ambos pasaram por cirurgias e se recuperam dos tiros que levaram. Sobre o atentado, Beetoven disse se recordar com detalhes do ocorrido. “Lembro sim. Estávamos na sala do PGJ, numa reunião, quando ele entrou dizendo que tinha um documento urgente do CorregedorGeral, Dr. Anísio Marinho, que é chefe dele.
Por isso ninguém descon×ou de nada. Lá dentro ele entregou os documentos a Rinaldo, que perguntou do que se tratava. Nesse momento ele sacou um revólver e disse ‘a vingança veio a galope’. Eu estava sentado, de frente para o PGJ e de costas para Guilherme. Por isso, talvez, tenha sido o último a perceber a arma. Quando tentei me levantar, ele disparou contra as minhas costas”, relatou. Quanto ao atirador, Beetoven disse que ainda não de×niu bem qual o sentimento ele tem.
“Acho que indiferença, pois nunca tive qualquer relacionamento com esse sujeito. Era um servidor como outro qualquer. Os assessores, como ele, trabalham diretamente com o procurador assessorado, sem contato próximo com outros servidores ou promotores. É um trabalho de gabinete, burocrático”, disse. “Ainda estou perplexo, surpreso. Até imaginava que poderia sofrer um atentado por conta da minha atuação contra criminosos comuns ou grupos de extermínio. Mas não suspeitava, jamais, que pudesse vir de um servidor do MP com quem nunca tive qualquer relação. Quero que ele fique preso e pague pelo que fez”, acrescentou. Por fim, Beetoven disse que respira com a ajuda de um catéter, e que consegue falar, mas que tem pouco fôlego. “Ainda não fui ouvido pela polícia, mas assim que sair da UTI estarei disponível”, afirmou
Por Robson Pires
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