Do G1 RN
Comparando com 2016, número de homicídios no período cresceu 51,7%.
Em contrapartida, Secretaria de Segurança diz que número de roubos caiu.
Caio Bezerra, secretário de Segurança Pública do RN (ao centro), durante a coletiva sobre a Operação Carnaval 2017 (Foto: Fred Carvalho/G1)
“Estou satisfeito. O planejamento foi cumprido à risca”, afirmou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed), Caio Bezerra, sobre a Operação Carnaval 2017. O balanço da ação foi divulgado na manhã desta quinta-feira (2), durante coletiva de imprensa.
Os dados apresentados correspondem ao período que vai da sexta-feira (24) até às 12h da quarta-feira (1º). De acordo com a Coordenadoria de Estatísticas e Análises Criminais (Coine), os números de prisões e mortes violentas cresceram no período carnavalesco. Segundo a Coine, foram registrados 44 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), sendo apenas um desses em área de festividades. No ano passado, foram 29 assassinatos durante o mesmo período. O aumento de homicídios comparando-se os dois anos é de 51,7%.
"É importante enfatizar que boa parte desses homicídios está relacionada às disputas entre facções criminosas pelo tráfico de drogas. As forças de segurança, juntamente com a Força Nacional, estão trabalhando para esclarecer esses casos e levar os criminosos à Justiça", declarou o secretário.
Caio Bezerra antecipou ainda que a maioria dessas mortes ocorreu nas áreas de "mancha criminal" (segundo ele, essas áreas são as regiões da Grande Natal onde há maior incidência de assassinatos). "As manchas criminais foram atendidas pelo policiamento. Mas todos sabem que esses criminosos tentam frustar esse policiamento e procuram meios de executar as ações”, ressaltou.
Prisões e roubos
Ainda segundo a Coine, durante o período de Carnaval a Polícia Militar realizou 121 prisões, número 26% maior que no ano de 2016, quando foram registradas 96. Já o número de roubos registrados no período carnavalesco caiu de 314 para 265, uma redução de 15,6%. “O planejamento foi cumprido à risca e apontamentos para uma redução de cerca de 16% no numero de roubos", explicou.
De acordo com a Sesed, a queda nos números é um reflexo do mês de fevereiro que contabilizou 491 prisões em todo estado, 23% a mais que ano passado que consolidou 399 prisões. No tocante aos roubos, o número caiu 8.8% no mês, passando de 3817 para 3481.
Já a Polícia Civil conseguiu efetuar a prisão de 128 suspeitos. Dentre as prisões efetuadas há o registro de três suspeitos pela prática do crime de tráfico de drogas, quatro por lesão corporal, dois pelo crime de roubo a veículos, seis pelo crime de roubo, quatro adolescentes foram apreendidos pela prática de ato infracional análogo a roubo. Também aconteceu o registro de sete termos circunstanciados de ocorrências (TCO´s).
A Polícia Militar aumentou em 26% o número de prisões durante a Operação Carnaval 2017. O número passou de 96 realizadas em 2016 para 121 este ano. Foram apreendidos ainda 11 adolescentes e crianças. A PM, por meio das subunidades, registrou 75 ocorrências de vias de fato, sendo 61 na área do Comando do Policiamento do Interior (CPI) e 14 na do Comando do Policiamento Metropolitano (CPM).
Treze armas de fogo e 11 armas brancas foram apreendidas. Ainda segundo a PM, aproximadamente 5 Kg de entorpecentes foram apreendidos. Em Caicó, a PM registrou ainda a apreensão de 109 comprimidos de ecstasy. O Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE), com apoio de 42 viaturas, fiscalizaram e organizaram diariamente o fluxo nas vias que davam a direção da folia.
Trânsito seguro
No trabalho final em números, o CPRE registrou 48 boletins de trânsito, 28 acidentes sem vítimas, 12 com vítimas lesionadas e 3 acidentes fatais. Foram feitos 440 autos de infração, 1565 abordagens a condutores e 990 testes de etilômetro aplicados.
A PM fiscalizou 2575 veículos, entre carros e motos; 85 veículos de carga parados para averiguação; 25 ônibus abordados para checagem de documentação e estado do veículo. Do número de veículos fiscalizados, 70 foram removidos.
Litoral tranquilo
Reflexo do trabalho preventivo realizado diariamente pelos militares do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte, o Carnaval 2017 foi considerado tranquilo no litoral do estado. Durante o período momesco, foram realizados três salvamentos aquáticos, sendo dois na Praia do Meio e um na praia do Amor, em Pipa. O número teve uma redução de 62,5% se comparado com 2016, quando houve oito salvamentos.
Além disso, os guarda-vidas realizaram um auxilio ao público, de uma pessoa com dificuldade respiratória, que foi conduzida para o Hospital Municipal de Natal Dr. Newton Azevedo. Os militares ainda orientaram 2.168 pessoas nas praias e fizeram 834 advertências, quando a pessoa se encontra em uma situação de risco iminente.
O Corpo de Bombeiro atuou nas praias da Pipa, em Tibau do Sul; Búzios, em Nísia Floresta; Pirangi, Cotovelo, em Parnamirim; e Ponta Negra, Areia Preta, Artistas, Forte e Redinha, em Natal. Também foram realizadas 65 vistorias em locais de eventos e 48 ocorrência ordinárias. Em 2017, não houve nenhum óbito por afogamento durante o carnaval, enquanto que em 2016 foram registrados dois óbitos.
Violência no carnaval
Pelo menos 44 pessoas foram assassinadas no Rio Grande do Norte durante o período de carnaval deste ano. As mortes foram registradas entre as primeiras horas da sexta (24) e o final da manhã da quarta-feira (1°) – um aumento de 51,7% de acordo com o Observatório da Violência do RN (OBVIO). Ano passado, durante todos os dias de folia, foram 29 assassinatos. Já em 2015, foram contabilizados 24 homicídios.
No RN, número de homicídios neste período de carnaval supera 2016 (Foto: Marcelino Neto/O Câmera)
Dez pessoas foram mortas entre a noite da quarta (1º) e manhã desta quinta-feira (2) na Grande Natal. De acordo com a Polícia Militar, ninguém foi preso. Dos casos registrados, quatro ocorreram em Natal, quatro em Extremoz, um em Parnamirim e um em Ceará-Mirim. Segundo a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os casos não estão relacionados.
Itep lotado
Os corpos acumulados no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) de Natal são o reflexo da violência no estado. Superlotado, o Itep reúne cadáveres fora das câmeras frigoríficas, ensacados no chão do pátio, expostos ao sol. Os técnicos e necrotomistas não têm autorização para conceder entrevista, mas contaram que as geladeiras estão tão cheias que algumas gavetas, individuais, têm até dois corpos.
G1 RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário