terça-feira, 14 de novembro de 2017

Igreja celebra Dia Mundial dos Pobres

O primeiro Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco, será celebrado neste domingo, 19 de novembro. Na Arquidiocese de Natal, o Vicariato para as Instituições Sociais, juntamente com a Paróquia de São João Batista, no bairro de Lagoa Seca, vão realizar uma ação na comunidade Cristo Redentor. A programação iniciará às 8 horas da manhã, na capela da comunidade, com a celebração eucarística. Após a missa até o meio dia, serão oferecidos serviços de várias especialidades médicas, jurídicas, emissão de documentos, entre outras ações sociais. 
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído por Francisco, na conclusão do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, com uma Carta Apostólica intitulada “Misericórdia e mísera”.
Por ocasião desta data, o Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, publicou uma mensagem.

MENSAGEM DO ARCEBISPO PARA O DIA MUNDIAL DOS POBRES

“O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres” (Papa Francisco).

Aos Padres, Diáconos, Religiosos e Religiosas, Agentes Pastorais, Missionários e Missionárias, Comunidades Diversas, Leigos e Leigas comprometidos com o Reino;
Aos fiéis arquidiocesanos e pessoas de boa vontade!
O Papa Francisco, no dia 13 de junho passado, lançou para todos nós um grande desafio, convocando-nos a celebrar o DIA MUNDIAL DO POBRE, neste próximo domingo, dia 19 de novembro, sob o tema: “NÃO AMEMOS COM PALAVRAS, MAS COM OBRAS”.
É desejo do Santo Padre, num mundo marcado pelas desigualdades sociais, pela intolerância e pela indiferença, que a Igreja ajude as pessoas a refletirem sobre as causas e as raízes da exclusão que geram pobreza e miséria extrema, que vêm aumentando a violência e, consequentemente, a morte prematura de milhões de pessoas no mundo.
Deste modo, atendendo o apelo do Romano Pontífice, conclamo a toda Igreja Arquidiocesana a celebrarmos este dia, não somente dedicando a Santa Eucaristia aos pobres, mas organizando sua paróquia, seus grupos, movimentos e pastorais, com alguma ação voltada para eles e com eles, fazendo deste momento uma oportunidade para uma ACOLHIDA permanente e sistemática, desde as ações sociais já existentes e algum gesto a mais de solidariedade, mas, sobretudo, ajudando-os a se organizarem como cidadãos e cidadãos, na luta por seus direitos e no despertar de suas consciências, como filhos e filhas queridos e queridas do Pai do céu.
Reconhecemos que urge em nossa Arquidiocese, por exemplo, a organização efetiva de uma Pastoral com as Populações de Rua, que vem crescendo a cada dia, multiplicando-se nas encruzilhadas e debaixo das marquises e viadutos de nossas cidades, expressando a grave situação de exclusão por que passa nosso país e pela falta de Políticas Sociais Públicas voltadas para os menos favorecidos para quem peço uma atenção especial, não apenas em relação à distribuição de gêneros alimentícios e outros, mas sobretudo, numa atitude de acolhimento e de orientação à vida, por direitos, onde sejam reconhecidos como cidadãos e cidadãs. Como aquele “homem da mão seca” do Evangelho, Cristo os quer, não à margem da Comunidade, mas no centro. Isto é, participante plenamente da vida!
O envolvimento de todos neste dia, sacramentaliza nosso compromisso como Igreja ao aproximarmos deles, não como objeto de mera caridade assistencial, mas como nossos irmãos e irmãs em quem devemos ver o rosto do próprio Cristo que com eles se identifica e por eles seremos julgados ao final: “Quando o Filho do Homem vier em Sua glória (...). E dirá aos que estiverem à sua direita: ‘vinde benditos do meu Pai, tomai posse do reino preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui peregrino e me acolhestes, estive nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava preso e vieste ver-me (...). Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um dos pequeninos foi a mim que o fizestes(...). Quando deixastes de fazer isso a um dos meus pequeninos foi a mim que deixastes de fazê-lo. E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos para a vida eterna (Mt 25, 31-46).
Na Esperança de que faremos deste dia uma alegria maior de celebrarmos a Eucaristia de forma comprometida cada vez mais com a vida, dom de Deus para todos nós, peço que rezem por nosso país, por nosso povo sertanejo que sofre os males de uma prolongada estiagem agravada pela falta de políticas hídricas e de distribuição de renda, pelas comunidades que lutam pela sua sobrevivência, mas também pelos homens e mulheres de boa vontade que doam suas vidas na luta por direitos, pela justiça e que como o Cristo sonham e desejam “que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).

Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal

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