segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Cerveja artesanal produzida em Patos começa a conquistar mercados na região

O patoense Paulo Canuto de Oliveira Neto, de 28 anos, é químico industrial, professor e criador da primeira cerveja artesanal da Paraíba, a Vàik, uma cerveja devidamente registrada e regularizada.

Paulo morou por seis anos em Campina Grande, onde se formou em Química Industrial, pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e onde criou o hidromel Vàik, um vinho muito apreciado por seus amigos. “Até hoje ele me pedem para que eu volte a fabricá-lo”, diz ele.
Paulo Canuto de Oliveira Neto, de 28 anos, é químico industrial
Paulo Canuto trabalhou na Companhia de Bebidas das Américas (AmBev), em João Pessoa, e sempre se destacou na profissão que escolheu. O vinho Vàik foi criado em 2012 e a cerveja Vàik em 2014.

“Eu comecei a produzir o hidromel, que é um vinho de mel. Aí para essa produção eu criei a marca Vàik em 2012. A palavra Vàik é originada do dinamarquês “viking”. Os vikings apreciavam muito o hidromel e foram os responsáveis pela sua difusão, por isso escolhi esse nome. A partir da criação da marca comecei a fabricar, mas no começo era muito demorado. Meu primeiro lote de hidromel durou cerca de um ano e seis meses para ficar pronto”, explicou ele.
A cerveja logo caiu no gosto dos seus amigos e ele começou a produzi-la para o mercado, atingindo muitos restaurantes de Campina Grande. Todos elogiam o sabor da cerveja, que é melhor e mais cara, dado o fato de ser uma cerveja artesanal, onde o item qualidade é o mais importante.

Com o racionamento rigoroso que aconteceu em Campina Grande estava faltando água para que o jovem produzisse a sua cerveja e isso fez com que ele voltasse a morar em sua cidade, Patos, no fim do ano passado.
Produção em Patos.
Pouco tempo depois de sua saída da cidade as águas da Transposição do Rio São Francisco começaram a chegar a Boqueirão, manancial que abastece Campina Grande, mas o jovem disse que não pretende voltar mais, que está surpreso com o mercado de Patos, e vai continuar produzindo sua cerveja por aqui, embora também esteja enfrentando problemas com a falta d’água no bairro Novo Horizonte, onde ele se estabeleceu.

Suas cervejas, de 500 mm, são produzidas numa escala de mil garrafas a cada dez dias e hoje já tem mercado em Campina Grande, Patos, João Pessoa, algumas cidades do Rio Grande do Norte, e a expectativa é de se expandir cade vez mais. “Estamos pensando em posteriormente nos mudar para um espaço maior e continuar aumentando nossa produção para atingir novos mercados”, disse Paulo Canuto.

Ele está surpreso com Patos. Muitos estabelecimentos da cidade já estão comprando a sua cerveja. E quem compra torna a comprar, dada a ser uma cerveja que, quem experimentou, diz ser “muito gostosa”. “Eu decidi que queria outra experiência e fui buscar essa experiência no setor cervejeiro. Já tive experiência em química de alimentos, em pesquisa de laboratório, e fui para o setor cervejeiro. Trabalhei na AmBev, em João Pessoa. Lá eu trabalhei no processo de produção, aí quando eu absorvi o que eu queria, decidi fabricar cerveja. Iniciei minha produção para o mercado em 2015. Sai da AmBev e fiz mestrado de Engenharia em Química com foco em produção de cerveja”, disse o jovem empreendedor.

Ele dá o segredo, a fórmula mágica, mas comenta sobre o diferencial da sua cerveja. “O diferencial, o principal, é a questão da qualidade da matéria-prima utilizada. Eu importo matéria-prima da Bélgica, da Alemanha, algumas vezes também vem da Inglaterra, República Tcheca e Canadá. Do Canadá eu uso determinado tipo de matéria-prima, desses outros países, que têm cultura cervejeira, eu utilizo o malte. Esses países produzem cervejas que estão no mercado há 200, 300, 400 anos, e com eles minha cerveja sai na qualidade de uma cerveja belga, alemã. Aqui eu utilizo o purificador da própria água de Patos, que é uma água boa, e que exige um nível de purificação pra cerveja, e corrijo a química dessa água pra ficar mais próxima do estilo de cerveja que estou fazendo. Aí com essa correção a gente ainda potencializa a qualidade da cerveja”, finaliza Paulo Canuto.

Fonte: http://www.folhapatoense.com

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