segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A Lego tenta mudar seu maior ícone: o bloco de plástico

A Lego tenta eliminar sua dependência de plásticos de petróleo, e fabricar seus brinquedos com materiais originários de plantas ou recicláveis até 2030
SEDE DA COMPANHIA, NA DINAMARCA: a Lego enfrenta um problema mais complexo que os de outras empresas de consumo, pois para a companhia dinamarquesa os plásticos não são a embalagem; são o produto / Carsten Snejbjerg/ The New York Times (/)
Billund, Dinamarca – No coração desta cidade, encontra-se um edifício que é um verdadeiro templo à criação mais famosa da área: os blocos da Lego. Lá dentro, há criações complexas, como uma árvore de mais de quinze metros e uma coleção de dinossauros coloridos, tudo construído com um produto que pouco mudou em mais de 50 anos.

Porém, a uma curta distância a pé, em seu laboratório de pesquisa, a Lego está tentando reformar aquilo que a fez famosa: quer eliminar sua dependência de plásticos baseados no petróleo, e fabricar seus brinquedos com materiais originários de plantas ou recicláveis até 2030.

O desafio é projetar blocos que se unam e se separem facilmente, mantenham as cores brilhantes e sobrevivam aos rigores de uma máquina de lavar, ou o peso do pé de um pai. Essencialmente, a empresa quer mudar os ingredientes, mas manter o produto exatamente igual.

“Precisamos voltar à estaca zero”, disse Henrik Ostergaard Nielsen, supervisor de produção na fábrica da Lego aqui em Billund.

Consumidores em todo o mundo estão cada vez mais alarmados com o impacto dos resíduos plásticos no ambiente, e um número crescente de empresas está tentando usar materiais de embalagem que sejam recicláveis ou menos poluentes. A Coca-Cola, por exemplo, planeja coletar e reciclar o equivalente a todas as garrafas e latas que utiliza até 2030; a Unilever, a gigante de bens de consumo, diz que todas suas embalagens de plástico serão recicláveis ou compostáveis até 2025. Outras, como McDonald’s e Starbucks, estão parando de usar canudos de plástico.

“Com tantas grandes empresas mudando suas práticas, a reciclagem vai se tornar a norma”, disse David Blanchard, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Unilever.

Porém, a Lego enfrenta um problema mais complexo que os de outras empresas de consumo, pois para a companhia dinamarquesa os plásticos não são a embalagem; são o produto.

Fonte: exame.abril.com.br

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