terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

‘Era o ateu que mais praticava o amor ao próximo’, diz viúva sobre Ricardo Boechat

“Bom dia minha cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro!”

Era dessa forma que Ricardo Boechat iniciava suas transmissões na Rádio Band News FM. Descrito pela esposa, a Doce Veruska, como o “ateu que mais praticava o amor ao próximo”, o jornalista de 66 anos morreu em acidente de helicóptero em São Paulo, que vitimou também o piloto Ronaldo Quattrucci.
A notícia caiu com uma bomba. A Band News FM ficou em silêncio pela primeira vez na história. Faltavam palavras para descrever o tamanho da perda de um figura que lutava com afinco pela liberdade e justiça.

“Meu marido era o ateu que mais praticava o mandamento mais importante de todos, que era o amor ao próximo, porque sempre se preocupou com todo mundo, sempre teve coragem. E é muito difícil fazer o que ele sempre tentou fazer. Então, com erros e acertos, como qualquer pessoa, mas tenho muito orgulho dele”, disse Veruska.
Toca o barco, não é Boechat?
E ela tem razão. Boechat não pensava duas vezes, ajudava mesmo. O jornalista enxergava o ouvinte como o elo fundamental para o exercício da profissão. Confiava mais neles (em nós) do que nas autoridades.

A confiança era tamanha, que fazia questão de passar o número do telefone no ar. As pessoas ligavam e ele mesmo atendia. “Aqui é o Boechat”, dizia.

“Uma vez eu tomei um LSD na praia de Taipuaçu. Fui jogar frescobol, eu e um outro maluco que tinha feito a mesma coisa. Era um dia de semana, tava de férias, sei lá o que que eu tava fazendo. A gente foi jogar frescobol e a maré foi enchendo e a perna da gente foi enterrando na areia. Acho que foi a única partida de frescobol jogada com areia na cintura”, contou, no ar, com a alegria de sempre.
Boechat deixa a esposa, Veruska, e seis filhos
O corpo de Ricardo Boechat começou a ser velado na noite de segunda-feira (11), no Museu da Imagem e do Som (MIS), nos Jardins, em São Paulo. Ricardo Boechat será enterrado em um cemitério de Itapecerica da Serra.

O acidente:
Ricardo Boechat morreu vítima de um acidente de helicóptero. Depois de apresentar o jornal na Band News FM, foi até Campinas, no interior paulista, dar uma palestra em uma indústria farmacêutica.

Quando seguia à sede do Grupo Bandeirantes, em São Paulo, o helicóptero caiu na Rodovia Anhanguera por volta do meio-dia. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apura as causas do acidente. O órgão afirma que empresa não tinha autorização para fazer táxi aéreo, apenas para prestar serviços de reportagem aérea.

A RQ Serviços Aéreos foi contratada pela Zum Brasil, que por sua vez foi contratada pela farmacêutica Libbs para organizar o evento em Campinas.

Fonte: www.hypeness.com.br/

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