segunda-feira, 29 de abril de 2019

Facebook não tem respeito pelos usuários ou normas sociais, diz especialista em tecnologia

Logo depois da revelação, no fim de janeiro, que o Facebook havia violado um acordo firmado com outra gigante de tecnologia, a Apple, o jornalista especializado em tecnologia Troy Wolverton, do site Business Insider, alertou que a audaciosa manobra – na prática, uma espionagem das atividades dos consumidores – era o suficiente para reguladores intervirem nos negócios de rede social de Mark Zuckerberg. Desde então, cresce o escrutínio das autoridades sobre a empresa. Nesta semana, em apenas um dia, foram anunciadas três investigações em diferentes países.

“O Facebook há muito tempo mostrou que não tem respeito por seus usuários ou por normas sociais convencionais quando se trata de coisas como privacidade”, disse Wolverton ao comentar o caso envolvendo a Apple, no qual a rede social de Zuckerberg manteve desde 2016 um programa capaz de acessar mensagens privadas, conversas trocadas por aplicativos e, ainda, buscas, localização e atividades de navegação no iOS, do iPhone. Em troca da informação, os participantes ganhavam pagamentos mensais de até US$ 20.
Wolverton, um dos mais experientes jornalistas de tecnologia dos Estados Unidos, destacou que há anos o Facebook tem mostrado estar disposto ultrapassar os limites legais e desafiar os reguladores. “Mas o fato de estar disposta a arriscar até mesmo a ira da Apple mostra o quão descarada a empresa se tornou. Seu apetite por dados sobre seus usuários e concorrentes é tão voraz que está disposto a cruzar aparentemente toda e qualquer linha para obtê-la, não importa qual seja o risco potencial”, disse.

Algumas autoridades mostram estar no mesmo caminho da recomendação de Wolverton. Na quinta-feira (25), Irlanda, Canadá e Estados Unidos fecharam um pouco mais o cerco à empresa de Zuckerberg. Os irlandeses investigam a quebra de milhões de senhas de usuários do Facebook e Instagram armazenadas em seus servidores. Mesmo sob pressão, a maior rede social do mundo dá sinais de estar preparada para enfrentar sanções e, ao mesmo tempo, manter e ampliar seus negócios, incluindo ajustes que parecem elaborados para evitar danos de uma regulação mais rigorosa.

Na quarta-feira (24), ao informar os resultados do primeiro trimestre de 2019 (crescimento de receita de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado), o Facebook revelou ter reservado cerca de US$ 3 bilhões para o pagamento de uma possível multa da Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), em um caso ainda em andamento. E planos não faltam para Zuckerberg.

Também no dia 24 ele disse que, além da publicidade, pretende explorar o comércio eletrônico no Instagram, no Facebook e no Marketplace do Facebook, incluindo ferramentas que permitem que as pessoas comprem produtos diretamente por meio dessas plataformas. O CEO confirmou ainda que pensa em criar uma plataforma pagamentos digitais, via Messenger ou WhatsApp.

Fonte: ANJ, disponível em:https://www.anj.org.br/site/component/k2/73-jornal-anj-online/19217-facebook-nao-tem-respeito-pelos-usuarios-ou-normas-sociais-diz-especialista-em-tecnologia.html

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