A pandemia do novo coronavírus deixará um rastro de destruição que vai além das milhares de vidas ceifadas ao redor do mundo. Empresas falidas, milhares de desempregados e incertezas. No Rio Grande do Norte, um dos setores mais importantes para a economia local, o Comércio, já demitiu mais de 15 mil trabalhadores formais e informais nos últimos 120 dias. Empreendimentos como shoppings centers, bares, restaurantes e hotéis vivenciam uma crise inimaginável, pois sua origem não foi econômica, mas sanitária.
Na tentativa de reverter o cenário de penúria nos setores que respondem por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN), analisa os impactos da pandemia e elabora medidas de mitigação junto à iniciativa privada e ao Governo. Por enquanto, a situação do Comércio não é pior em decorrência do pagamento do Auxílio Emergencial efetuado pela União, que faz circular cerca de R$ 900 milhões mensais no território potiguar. O Turismo, porém, segue com a maioria dos hotéis e pousadas fechados, sem perspectiva de abertura e recomposição das perdas financeiras acumuladas desde março.Na entrevista a seguir, o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, analisa o momento atual e aponta possíveis saídas para a crise. Acompanhe.
De que maneira o senhor avalia os prejuízos até agora tabulados no RN por causa da pandemia?
São imensos e extremamente preocupantes. Pelos últimos números oficiais, as perdas nas vendas foram, respectivamente, de 26,8% em abril e 18,2% em maio, sempre no comparativo com o mesmo mês de 2019. Juntas, essas perdas representam algo em torno de R$ 650 milhões a menos em vendas nestes dois meses em relação a um período normal. Além disso, em maio, nós já tivemos prejudicada uma data que é das mais importantes do ano para o comércio que é o Dia das Mães. Essa queda nas vendas é causa e efeito do aumento do desemprego. Somente o comércio demitiu mais de 15 mil pessoas entre formais e informais entre o final de março e o final de junho. O percentual de desemprego no Rio Grande do Norte, que era de 11,2% em fevereiro, já estava em 13,8%, segundo dados da PNAD, em junho (último dado disponível). Nossa expectativa, pelo que temos conversado com empreendedores, é que cerca de 25% das nossas empresas simplesmente não vão conseguir reabrir no pós-pandemia. Isso equivale a algo entre 35 e 40 mil empresas, a imensa maioria delas micro e pequenas. Até meados de junho, o Estado já havia perdido quase R$ 500 milhões apenas em arrecadação de ICMS, de acordo com a Secretaria de Estado da Tributação do Rio Grande do Norte (SET RN). O próprio Estado projeta uma queda geral de receitas até o final do ano próxima do R$ 1 bilhão. Toda essa redução de receita é crescente e traz sérias ameaças ao já frágil equilíbrio financeiro do Estado. Enfim, são números assustadores. Tão assustadores, ou até mais, do que os da própria doença.
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TRIBUNA DO NORTE
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