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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Sesap investe na linha de cuidado de pacientes com fissura labiopalatina

O Hospital Maria Alice Fernandes (HMAF) começará a realizar cirurgias de fissura ou fenda labiopalatina a partir desta terça-feira (24). A iniciativa faz parte de um conjunto de ações que estão sendo implementadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Subcoordenadoria de Ações de Saúde, Núcleo de Saúde Bucal, para a construção da linha de cuidado das pessoas com fissura labiopalatina e seus familiares.

A unidade hospitalar tem capacidade para realizar uma média semanal de 3 cirurgias, contando com dois cirurgiões plásticos especializados nesse tipo de procedimento em sua equipe de profissionais. Antes os pacientes que necessitavam dessa cirurgia eram encaminhados ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), em Pernambuco, para realizar o procedimento.

A construção da linha de cuidado envolve diversos serviços da rede de saúde. O principal objetivo é garantir que os potiguares tenham esse cuidado garantido o mais próximo possível do seu município de residência, evitando que estes viajem para fora do estado a fim de realizar as cirurgias plásticas e bucomaxilofacial, além das consultas de fonoaudiologia, psicologia, etc. “Essa aproximação contribuirá para a criação de vínculo e compromisso no tratamento, facilitando a adesão e a recuperação. O trabalho multiprofissional, a assistência regionalizada e em tempo oportuno são essenciais para garantirmos a qualidade da atenção que queremos dá à essas pessoas e seus familiares”, explicou a sanitarista do Núcleo de Saúde Bucal da Sesap, Elida Dias.

Foi pactuado que o HMAF realizará cirurgias de fissura labiopalatal em crianças com até 14 anos e 11 meses de idade e, após essa faixa etária, as cirurgias ocorrerão no Hospital da Polícia. Além disso, foi pactuado que o Hospital Varela Santiago irá atender pacientes de Natal e o HMAF acolherá pacientes dos outros municípios do RN.

“O ideal é que o paciente com fissura ou fenda labiopalatina tenha sua primeira cirurgia realizada por volta dos seis meses de vida. O paciente com essa malformação requer um cuidado especial, passando pelas cirurgias necessárias ao longo de seu crescimento e desenvolvimento, para uma melhor reabilitação estética e funcional. A ideia é uma linha de tratamento locorregional, multidisciplinar e reabilitadora para os nossos pacientes nesse serviço. A comodidade de um tratamento de qualidade similar e com a proximidade regional, evitando longos deslocamentos e inconclusão nos tratamentos, será um grande diferencial nessa recuperação”, disse o cirurgião plástico Alexandre Dantas, médico do Núcleo de Atendimento Interdisciplinar à pessoa com fissura (NAIF).

Acolhimento dos pacientes

A recomendação é de que o recém-nascido já deixe a maternidade com atendimento agendado no NAIF, que funciona no Centro de Reabilitação Infantil e Adulto (CRI/CRA). O NAIF realiza o acolhimento do paciente e seus familiares, cuidando da parte ambulatorial do tratamento, através de uma equipe composta por fonoaudiólogo, geneticista, enfermeiro, otorrinolaringologista, psicólogo, assistente social, nutricionista, fisioterapeuta, psicopedagoga, ortodontista e as demais especialidades de reabilitação.

A pessoa que possui um familiar com fissura labiopalatina, popularmente conhecido como lábio leporino, e que ainda não recebe cuidados médicos deve procurar a Atenção Básica de seu território, para que seja agendado um atendimento no NAIF. Além disso, a Atenção Básica dos municípios deve realizar a busca ativa de casos em seu território.

A fissura labiopalatal interfere no desenvolvimento psicológico, fisiológico e na adaptação social da maioria das pessoas com essa alteração congênita, na medida em que costuma envolver processos de estigmatização. Por isso, é tão importante que o paciente com fissura e seus familiares sejam acolhidos e recebam o tratamento e cuidados específicos.

Quando a criança nasce com uma condição diferente da esperada socialmente, algumas famílias experimentam dificuldades emocionais duradouras capazes de afetar o vínculo e a relação com a criança. Assim, o acompanhamento de um psicólogo se mostra fundamental. Além disso, participar de grupos de apoio e associações de familiares e pessoas com fissura labiopalatal permite o compartilhamento de experiências e criação de laços para o fortalecimento mútuo.

Fissura labiopalatina

A fissura labiopalatina é mais comumente diagnosticada na região da face em recém-nascidos, caracterizando-se por uma abertura no lábio superior de um ou de dois lados e no céu da boca. Sua causa não está comprovada, mas estudos indicam que envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais associados (doenças, uso de medicamentos, dependência química, etc.).
Fonte: SESAP/ASSECOM

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