domingo, 21 de fevereiro de 2021

Prejuízos no comércio de Natal chegam a 50%

A abertura facultativa das lojas no comércio de rua em Natal no feriadão do Carnaval, não reverteu os números negativos contabilizados pelos lojistas em decorrência do cancelamento das festas públicas e privadas no período. A Associação Viva o Centro, que representa os comerciantes da Cidade Alta, e a Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), que lidera os lojistas da região com o varejo popular mais tradicional da capital, apontam que as vendas caíram em torno de 50% antes e durante os dias que seriam para celebrar a festa mais esperada do ano pelos brasileiros. Os prejuízos, porém, não se restringem ao setor varejista. O turismo também contabiliza perdas.

Em mais um ano atípico, o funcionamento do comércio foi modificado em 2021. Em anos “normais”, a maioria das lojas em shoppings centers e nas ruas da cidades costumavam fechar desde o sábado, reabrindo no segundo turno da quarta-feira de Cinzas. Neste ano, os empresários tiveram a opção de manter o funcionamento integral dos estabelecimentos, mas seguindo algumas normas como o pagamento de hora extra a 100% na segunda-feira de carnaval, quando é celebrado o Dia do Comerciário. Temendo custos ainda maiores, a maioria das lojas fechou.

“Somente as lojas âncoras abriram na segunda-feira de carnaval, quando é comemorado o Dia do Comerciário. As demais lojas abriram a partir da terça-feira, mas não valeu a pena abrir. As vendas caíram muito em relação ao ano passado, numa média de 40% a 50%”, relata Delcindo Mascena, presidente da Associação Viva o Centro. Considerada a festa mais democrática no Brasil, brincantes de todas as idades esperam o carnaval para comprarem fantasias e roupas novas para as festas que ocorriam até a chegada da pandemia da covid-19.

Apesar do cancelamento das festas momescas, muitos lojistas não deixaram de expor os itens do carnaval nas vitrines. Eles acreditavam que, por ser um momento que está marcado na memória afetiva da maioria da população, a data não deixaria de ser celebrada, mesmo de forma tímida e em casa, somente com familiares. Com queda significativa nas vendas, os produtos deverão voltar aos estoques.

“Tivemos uma redução na expectativa das vendas para o carnaval que ficou entre 30% e 50%. Muitos lojistas montaram estoque pensando em grandes eventos, mas tiveram prejuízo com o cancelamento do carnaval deste ano”, afirma Matheus Feitosa, presidente da AEBA. Ele relembra que, numa tentativa de atrair a atenção dos consumidores, os empresários montaram kits com itens carnavalescos a um preço mais atrativo, mas as vendas não foram boas. Por causa disso, os produtos que não foram comercializados deverão ser acondicionados de forma que possam ser vendidos no período momesco do próximo ano.

Nos maiores shoppings centers da capital, a movimentação também foi baixa. “O Shopping Cidade Jardim, em circunstâncias normais, costumava não funcionar nos dias de Carnaval. Esse ano, a administração optou por deixar ponto facultativo para as lojas que desejassem abrir. Por esse motivo, não conseguimos calcular uma queda de movimento, pois não havia movimento nenhum nos anos anteriores. Mas em 2021, o fluxo de pessoas e vendas foi baixo, como já era esperado, uma vez que poucas lojas abriram”, avalia Ronaldo Fernandes, gerente de negócios.

No Natal Shopping, a coordenadora de Marketing, Diana Petta, ressalta que são períodos vivenciados em dois momentos distintos e a base de comparação é complexa. “Difícil fazer um comparativo com o ano anterior porque são bases completamente diferentes. Este ano, por exemplo, as operações de vestuário, que sempre tinham coleções para Carnaval, não investiram nessa estratégia. Então, as vendas para a festa não tiveram impacto no período. Estamos em um cenário de pandemia, diferente do carnaval do ano passado”, declara Petta.

No Praia Shopping, o fluxo de clientes foi menor. “Já está bem claro pra gente que o fluxo de pessoas circulando no nosso mall foi menor se compararmos com o mesmo período do ano passado, por exemplo. E obviamente isso reflete num faturamento também menor”, aponta Danielle Leal, gerente geral.

Fonte: TRIBUNA DO NORTE

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