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sábado, 13 de março de 2021

Fisioterapeuta que atua na linha de frente fala sobre desafios que pacientes enfrentam após vencer a Covid-19

A OMS (Organização Mundial de Saúde) descreve 55 complicações mais conhecidas da Covid, até o momento, identificadas por especialistas de diversas partes do mundo. Definida como doença, a síndrome pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada engloba uma série de sintomas que vão desde náuseas, dificuldade de atenção, insônia, fadiga a perda de cabelo, falta de ar, dor muscular (mialgia), dores nas articulações e dor no peito.

De acordo com a professora de Fisioterapia da Estácio, Yasmine Faccion, que também atua na linha de frente em CTI, os problemas mais comuns que ela observa são diminuição ou perda de força muscular e de amplitude de movimento de membros do corpo, contraturas musculares e sequelas respiratórias.

“Também identificamos que mesmo após a alta hospitalar pode ser necessário o suporte ventilatório, principalmente para os pacientes traqueostomizados. Todos esses prejuízos causados pela doença e pela hospitalização trarão impactos negativos na qualidade de vida do indivíduo”, explica.

A especialista pondera que o trabalho de reabilitação é iniciado ainda no ambiente hospitalar porque vencida a luta contra o novo coronavírus, especialmente aqueles que ficaram em UTI, podem ter um novo desafio pela frente, recuperar sua capacidade funcional, como a mobilidade.

“Muitos pacientes precisam reaprender movimentos simples, então realizamos exercícios motores, como sentar-se à beira da cama, andar pelo quarto, exercícios de fortalecimento de membros superiores e cicloergômetro (aparelho que permite rotações cíclicas). Dependendo das consequências da doença, executamos treinamento respiratório com aparelhos específicos com carga linear, que fortalecem a musculatura respiratória”, afirma Yasmine.

A fisioterapeuta frisa que o tratamento e prescrição de exercícios dependerão do grau de disfunção e do impacto na funcionalidade, e que após a alta hospitalar é imprescindível que o paciente continue sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar para avaliar e traçar objetivos e metas para sua reabilitação completa.

“O suporte de uma equipe especializada dará as condições necessárias para a melhoria da qualidade de vida dos recuperados da Covid-19”, ilustra a profissional, que reforça que o paciente precisa ser visto e tratado por inteiro, pois as consequências são físicas e emocionais. “Impossível separar reabilitação respiratória da motora; um exercício de deambulação/caminhada pelo quarto, por exemplo, traz benefícios tanto para o aparelho motor quanto para a função cardiopulmonar”.
Fonte: Blog da Juliska

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