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segunda-feira, 20 de março de 2023

Stellantis, Hyundai e GM param fábricas no país na espera de condições melhores

Oferta de componentes, juros altos e inflação afetam o setor; produção em Minas não é prejudicada.
Produção industrial de veículos será interrompida até abril pelas montadoras — Foto: STUDIO CERRI/DIVULGAÇÃO
Algumas das maiores montadoras de veículos do Brasil suspenderão linhas de produção e darão férias coletivas aos funcionários a partir desta segunda-feira (20). A medida, justificam, deve-se à diminuição da demanda por veículos novos no país.

Na Stellantis, as férias coletivas dos funcionários de um dos três turnos da planta de Goiana, em Pernambuco, serão iniciadas nesta quarta-feira (22) e seguirão até o dia 10 de abril. Os demais turnos também serão interrompidos na próxima segunda (27) e retornarão no dia 6 de abril, em princípio. As demais plantas da empresa, inclusive em Minas Gerais, continuam a produzir normalmente. “A medida se deve à necessidade de ajustar o volume de produção à disponibilidade de componentes”, diz a nota disponibilizada pela empresa. A planta pernambucana produz os modelos Jeep Compass, Renegade e Commander e a picape Fiat Toro.

A Hyundai inicia o período de férias coletivas a partir desta segunda para os trabalhadores da unidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, onde são produzidos os modelos HB20 e Creta. As férias durarão três meses. "A ação tem como objetivo adequar os volumes de produção para o mês de março, evitando a formação de estoques e acompanhando a dinâmica do mercado interno de veículos para o primeiro trimestre do ano. Os volumes originais de produção programados para os demais meses de 2023 permanecem inalterados", justifica comunicado da empresa.

A Hyundai inicia o período de férias coletivas a partir desta segunda para os trabalhadores da unidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, onde são produzidos os modelos HB20 e Creta. As férias durarão três meses. "A ação tem como objetivo adequar os volumes de produção para o mês de março, evitando a formação de estoques e acompanhando a dinâmica do mercado interno de veículos para o primeiro trimestre do ano. Os volumes originais de produção programados para os demais meses de 2023 permanecem inalterados", justifica comunicado da empresa.

Por sua vez, a General Motors suspenderá as atividades da fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, entre os dias 27 de março e 13 de abril, segundo o jornal "O Estado de São Paulo", o que interrompe a produção da picape S10 e do SUV Trailblazer.

A decisão segue-se a resultados de baixa do setor. A produção de veículos no Brasil foi a menor em sete anos em fevereiro de 2023, mês que também assistiu ao pior desempenho de vendas de quase duas décadas, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

A crise dos semicondutores, que dificultou a produção de veículos em todo o mundo ao longo da pandemia, também não foi totalmente superada. A indisponibilidade de componentes é citada pela Stellantis, por exemplo. A instabilidade do mercado mantém a pressão nos preços dos veículos novos e não há horizonte para quedas em 2023, prevê o presidente da Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite.

“Nos últimos dois anos, principalmente com a pandemia, a escassez de insumos, de uma forma geral, elevou os preços de uma forma bastante significativa no mundo inteiro. A situação mais normal que nós estamos vivendo neste ano, pelo menos até a semana passada, antes do colapso de dois bancos americanos, apontava para um cenário de maior equilíbrio na cadeia”, detalhou, na última semana, durante o 39º Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2023, em Belo Horizonte.

Durante a apresentação de resultados da indústria no início deste ano, Leite também apontou que os juros altos do país estão no caminho do mercado. “É o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada. Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos impõem desafios e oportunidades”, sublinhou. Nesta semana, a partir de terça (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) discute a taxa de juros do Brasil.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

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