Delegada concedeu entrevista na tarde desta sexta-feira. Foto: Magnus Nascimento/TN |
Por Redação Tribuna do Norte
As mulheres que foram presas preventivamente durante a manhã desta sexta-feira (2), por manter suas filhas adotivas, uma criança e uma adolescente, em situação de maus-tratos e tortura psicológica, também as privaram de alimentação e realizavam agressões em quase todos os dias. As informações foram divulgadas durante entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira (2), pela delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente de Parnamirim, Ana Gadelha.
A delegada relatou que, conforme constatado no decorrer das investigações, as agressões começaram a ocorrer um ano após a adoção da criança e da adolescente. As vítimas (que não tiveram idade revelados por questões de preservação e foram as primeiras a serem ouvidas) detalharam o cotidiano com as mães e revelaram que sofriam agressões em quase todos os dias. Essas agressões ocorriam tanto de forma física quanto psicológica. “Elas relataram que eram agredidas quase todos os dias das mais diversas formas, e também eram espancadas. Elas recebiam xingamentos e ameaças, para que elas não contassem o que estava acontecendo”.
A criança e a adolescente também eram sobrecarregadas com trabalhos domésticos, sendo forçadas a realizar todas as tarefas da casa, desde a limpeza do chão até a coleta do lixo. “A violência psicológica também acontecia no âmbito da obrigatoriedade de se realizar todos os serviços domésticos da casa e serviços de jardinagem também. Não cabe a uma criança ficar preocupada com as coletas de lixo, mas elas eram responsáveis por coletar o lixo da residência”, explicou a delegada.
Apesar de não terem sido agredidas no dia em que foram resgatadas pelo Conselho Tutelar, as vítimas ainda possuíam marcas de lesões antigas no corpo. Com isso, conforme relatou Gadelha, o corpo de delito foi solicitado com urgência.
Vídeo da entrevista
A investigação
A ação policial que culminou na prisão das agressoras começou na última sexta-feira (26), quando um boletim de ocorrência (registrado em uma cidade do interior do RN) denunciava o caso, cometido na cidade de Parnamirim. O Conselho Tutelar foi acionado e fez o resgate das vítimas e as encaminhou a uma casa de apoio, onde recebem assistência psicólogica e social.
As mães foram levadas à delegacia e negaram as agressões. No decorrer da semana, 17 pessoas foram ouvidas. Somado aos depoimentos, o relato das vítimas e o laudo pericial do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) apontaram para o delito cometido pelas mulheres. As agressoras foram indiciadas por tortura, maus-tratos e violência psicológica.
A Polícia Civil solicita que a população continue enviando informações, de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181.
Fonte: Tribuna do Norte
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