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domingo, 13 de outubro de 2013

Arma não é brinquedo

Publicação: 13 de Outubro de 2013 às 00:00
Isaac Ribeiro - repórter

O Dia das Crianças foi comemorado ontem, dia 12, mas ainda é tempo de debater um tema que tem despertando a atenção de pais, educadores, psicólogos e a sociedade de uma forma mais ampla: armas de brinquedo. O Distrito Federal aprovou, no último mês de setembro, uma lei que proíbe a fabricação e a comercialização desse tipo de artefato lúdico. Quem desrespeitar a determinação — após o prazo de 120 dias para regulamentação — poderá pagar multa de R$ 100 mil e ainda correr o risco de ter sua loja fechada. A ideia tem conquistado simpatizantes e, futuramente, pode valer para todo o país.

Mas proibir a venda de armas de brinquedo realmente é suficiente para conter a violência. Recentemente, o caso da chacina em Brasilândia, São Paulo, deixou todo mundo chocado, principalmente por ter o garoto Marcelo Pesseghini, de 12 anos, filho de um casal de policiais, como principal suspeito de matar os pais, a avó e uma tia, com tiros de pistola, e depois se matar.

A convivência, em casa, com as armas dos pais policiais, desde de muito novo, e o gosto por games violentos, pode ter influenciado o garoto? 

Há muitas divergências quanto a eficácia da proibição das armas de brinquedo. A psicopedagoga Luciana Rocha apesar de considerar a Lei Distrital nº 5.180/2013 mais uma medida interessante para conter a violência, acha que ela não é suficiente. Para ela, nada será realmente eficaz se não houver um suporte educativo dos pais ou se a criança viver num ambiente violento em casa.

“As crianças estão cada vez mais tendo acesso a esse tipo de brinquedo, a jogos eletrônicos, mas é importante ver que a criança, de qualquer forma, usa o jogo simbólico. A brincadeira de bandido e polícia sempre vai existir”, comenta a Luciana Rocha. Ou seja, não precisa ter arma de brinquedo nenhuma. No mundo do faz de conta, um dedo em riste se transforma em arma rapidinho.

“O brinquedo em si não revela a questão da violência, mas a forma que ele é usado. Se a criança vive num ambiente que é estimulada à violência, ela vai dar uma resposta que não é positiva para o brinquedo”, analisa a psicopedagoga. 

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