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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

CASO RARO: Menino tem o braço de volta após amputação em acidente

Mateus passou por 15 cirurgias ao todo e já começa a movimentar membro
Vitória. Mateus já consegue até mesmo jogar videogame: ele havia perdido o braço em um acidente de carro em julho deste ano

Rio de Janeiro. Mateus Ramos Monteiros, 6, abre um sorriso a cada palavra que consegue escrever no caderno. O menino teve o braço direito reimplantado, após ter o membro amputado num acidente de carro, em julho deste ano. Após a operação do reimplante, realizada no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a criança passou ainda por outras 14 cirurgias.

Para o pai de Mateus, o sargento da Polícia Militar Sandro Monteiro, 43, seu filho nasceu de novo. “Foi um verdadeiro milagre. Ele já brinca de videogame e vem mostrando uma ótima recuperação. Agora é uma questão de tempo para que o movimento do braço e a sensibilidade da mão sejam recuperados”, comemora o PM.

A operação é considerada rara e de alta complexidade, de acordo com o microcirurgião João Recalde. Para o tipo de amputação sofrida pela criança, quase na altura do ombro, a equipe médica teve que fazer um procedimento cirúrgico de grande porte, considerado um caso único até mesmo para o programa SOS Reimplante, que funciona desde 2009 na unidade e já realizou mais de 500 cirurgias.

“Já fizemos outras cirurgias de reimplante de braço em crianças e adultos, mas nunca tivemos um caso tão complexo como este, pelo local em que ocorreu a amputação. Por ser muito delicada a recuperação do membro, o caso normalmente não teria indicação de reimplante. Mas toda a equipe ficou muito sensibilizada pela história e resolvemos fazer mesmo assim. Agora está sendo recompensador ver a recuperação da criança, tão ativa e falante”, afirma o microcirurgião, que é coordenador do programa SOS Reimplante.

A operação que recolocou o braço de Mateus mobilizou oito profissionais entre cirurgiões, anestesistas e enfermeiros. No primeiro procedimento de emergência, que durou cerca de cinco horas e consumiu oito bolsas de sangue, os médicos fixaram o osso e refizeram a circulação das artérias e veias.

Desde então o menino passou por outras seis cirurgias para concluir o reimplante, recolocando, em cada fase, pele, músculos no braço e enxertando nervos. Além disso, a criança ainda passou por outras oito cirurgias para reparação dos danos provocados pelo acidente.

Após passar pelo CTI em três meses de internação, a criança volta agora ao hospital regularmente para consultas de reavaliação e sessões de fisioterapia.

Como agir em caso de amputação em acidente

O que fazer. Ao socorrer a vítima de amputação traumática de extremidades, um dos pontos mais importantes é acondicionar de forma correta o material amputado, que deve ser mantido a 4ºC. 

Conservação. A maneira mais simples para isso é colocar a parte amputada em um saco plástico resistente, lacrar com fita adesiva e colocá-lo em um ambiente com água e gelo picado, como numa caixa de isopor. Quanto mais rápido o paciente chegar ao hospital, melhor.

O tratamento. Uma vez feita a cirurgia, após a alta o paciente é acompanhado no ambulatório para troca de curativos, retirada de pontos e, quando necessário, do material de fixação dos ossos.

Reabilitação. A segunda fase da recuperação é a terapia ocupacional. O objetivo é recuperar os movimentos e a sensibilidade da parte amputada. Em geral, o acompanhamento leva de dois a três anos.
Jornal O Tempo

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