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quarta-feira, 29 de março de 2017

Hospital Walfredo Gurgel há 44 anos salvando vidas no Rio Grande do Norte

Próximo de completar 44 anos de serviços à população de todo o Rio Grande do Norte (RN) o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) guarda entre suas paredes história de vida, de sucessos, fracassos, felicidades, encontros e despedidas. Com um quadro de pessoal composto por diversos funcionários veteranos (não raros com mais de 35 anos de casa), não é difícil ouvir e se encantar com as histórias de vida e os depoimentos de quem viveu de perto o Walfredo Gurgel em seu início e que, ainda hoje, encontra forças para continuar lutando por um Sistema Único de Saúde (SUS) com ainda mais qualidade. 

A seguir vamos saber um pouco sobre alguns destes personagens que ao longo destas mais de quatro décadas se dedicaram a construir não só sua história profissional, mas sua história de vida, junto àquele que mais de 40 anos depois ainda ostenta o lugar de maior unidade de saúde pública para atendimentos do trauma em todo o RN. 

Corria o ano de 1966 quando o caicoense, então com 17 anos, Salomão Gurgel, veio morar em Natal. Dois anos após chegar à cidade do sol, ingressou na faculdade de medicina. Em 1976, voltando do Rio de Janeiro para Natal, veio trabalhar no Walfredo Gurgel a convite do ex-diretor, José Dantas de Araújo Filho. Foi no Walfredo Gurgel que Salomão teve seu primeiro emprego de carteira assinada (antes o hospital era gerenciado pela Fundação Walfredo Gurgel). Ostentando 41 anos de casa, Gurgel se orgulha de ter contribuído com a formação de diversos médicos que ainda hoje trabalham no hospital. Saudosista, ele relembra seu primeiro dia de plantão: “Quando cheguei fui de cara recebendo três escalas e ficando encarregado de acompanhar os pacientes no pós-operatório”. 

Outra veterana da unidade é a atual chefe do setor de parecer, Terezinha Pinheiro de Lima, que em 1985 assumia sua primeira função no HMWG como supervisora de serviços gerais. Também atuou como recepcionista das enfermeiras do terceiro andar. Tendo passado por setores e diferentes funções, ela destaca a chegada dos primeiros computadores como uma das mudanças que mais marcaram sua vida funcional no hospital. “Facilitou muito a época o trabalho dos funcionários. Antes fazíamos tudo a mão”, relembra. Terezinha também recorda a antiga estrutura física que abrigava todos os serviços e ainda não contava com o Pronto Socorro. “Era apenas um prédio onde funcionava os atendimentos e as enfermarias. 

A demanda era muito menor. Havia ainda um espaço imenso para estacionamento (espaço este onde foi inaugurado o Pronto Socorro Clóvis Sarinho (PSCS), em 2001. 

O cirurgião geral, Ariano Oliveira, é um dos “jovens veteranos” do Walfredo Gurgel. Chegou à unidade em 1998 e desde então atua na área vermelha (assistindo aos casos graves). Ele relembra como era o atendimento naquele ano. “Só havia a UTI Geral com 10 leitos. O Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) funcionava de maneira limitada por questões estruturais (estava localizado na área onde hoje funciona o 5º andar de enfermarias) e não havia tomógrafo”. 

O volume de atendimento no setor de politrauma era muito menor, assim como a complexidade dos casos que chegavam ao hospital, segundo o cirurgião. “Não havia o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), então, muitas pessoas iam a óbito ainda no local do acidente. Porém, depois do advento do 192, temos muito mais possibilidades de salvar uma vida”, afirmou. 

Ariano ainda destaca que à época as decisões e condutas médicas eram embasadas mais pelos exames clínicos e pela história clínica do paciente, que pelos exames complementares (raio-x e tomografias, por exemplo). Porém, com o avanço da tecnologia, ele afirma que a população cobra cada vez mais a precisão do diagnóstico. “Por isso que as solicitações de exames de imagem aumentaram. Há uma cobrança muito maior hoje para a resposta do médico”, justifica. 

Mesmo diante de todas as dificuldades e do stress do dia a dia, nestes quase 45 anos de assistência, o maior hospital do RN também foi palco para histórias românticas com finais felizes. No ano de 1988, o jovem, Guilherme Soares da Silva – assim como Dr. Salomão Gurgel – também teve no Walfredo Gurgel seu primeiro emprego de carteira assinada, no setor de higienização. Não demorou e foi promovido ao cargo de maqueiro, função que desempenha já há 29 anos. Porém, no ano de 2005, recém separado, Guilherme conheceu Maria Aparecida Teixeira. 

A técnica de enfermagem que atuava no 5º andar, chegou ao HMWG no ano de 1991. Ela conhecia Guilherme das idas e vindas com pacientes nas macas. Segundo confessou anos depois ao marido, desde os primeiros contatos, já lançava olhares apaixonados, mas, Guilherme não notava. “Somente após os amigos em comum começarem a me chamar à atenção, foi que percebi que já nutria o carinho de Cida” (apelido pelo qual ele carinhosamente a chama), revela Guilherme. 

No mesmo ano, chegada a época do Natal, Guilherme foi a procura de Cida para lhe desejar boas festas. Mas, as coisas não saíram exatamente como ele havia planejado. Ainda bem! Pois foi neste mesmo dia, que eles se tornaram um casal. Guilherme relembra o momento: “Fui desejar Feliz Natal e aí rolou um beijo. Depois começamos a namorar e o próximo passo foi procurar uma casa para morarmos. Estamos juntos há 12 anos, vivendo na mesma casa, no bairro de Morro Branco”. 

Avanços que merecem destaque nestes 44 anos 

Abertura da Unidade de Gerenciamento de Vagas (atualmente Núcleo Interno de Regulação – NIR), a abertura do atual Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), criação do Núcleo de Educação Permanente (NEP), instalação da Central de Transplantes e da Organização de Procura de Órgãos (OPO), abertura do Programa Classe Hospitalar, do Programa de Residência Médica, do Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH) e do Núcleo de Assistência à Saúde do Trabalhador (Nast) e a abertura de mais 45 leitos de UTI. 

Também fazem parte da história do Walfredo Gurgel a participação na Copa do Mundo em 2014, como unidade de referência para possíveis acidentes graves ocorridos durante o campeonato mundial de futebol, o Projeto Chorinho nas Enfermarias – que levava música aos pacientes – as reformas, aquisição de equipamentos modernos, atualização do parque tecnológico com a aquisição de softwares para gerenciamento hospitalar, implantação do Protocolo de Manchester (para a classificação de risco), 

Walfredo Gurgel em números 

Inaugurado em 31 de março de 1973, contava com 330 servidores para uma população de 1.745.400 Norte-riograndenses. Atualmente possui um quadro com mais de 2.000 funcionários, sendo cerca de 300 terceirizados. Atende a uma média de 250 pacientes/dia, chegando a mais de 7.000/mês (vindos da capital, do interior e de outros estados). Interna cerca de 2100 pacientes/mês.

 Também mensalmente, realiza em média 600 procedimentos cirúrgicos (entre cirurgias e reduções ortopédicas), 2500 tomografias computadorizadas, 5.000 exames de raio-x e 700 ultrassonografias no Serviço de Apoio ao Diagnóstico e Tratamento (SADT). A equipe de plantão permanente é composta por 30 médicos – de várias especialidades - em cada turno e o hospital conta ainda com uma equipe de profissionais que podem, a qualquer momento, ter seus serviços solicitados (sobreaviso).

Fonte: SESAP/ASSECOM

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