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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Moradores preparam festa de aniversário para o “buraco de Mãe Luíza”

Vítimas do deslizamento preparam celebração para a tarde do dia 14 de agosto quando pretendem convidar imprensa e a população


Por Moisés de Lima


Mercadinho da Rua Atalaia , em Mãe Luíza continua funcionando, apesar da interdição pela Defesa Civil
Mercadinho da Rua Atalaia em Mãe Luíza continua funcionando, apesar da interdição pela Defesa Civil (Foto: Alberto Leandro)
Decorridos quase dois meses do deslizamento da Rua Guanabara, os moradores de Mãe Luíza estão preparando uma festa de aniversário com direito a bolo, velas e uma canção de parabéns.

Programam uma celebração para a tarde do dia 14 de agosto quando pretendem chamar a imprensa e a população para o festejo. “Estamos vendo o tempo passar e o risco aumentar, pois essa obra não anda. Agora vamos festejar”“, disse o aposentado Severino Gonçalves
Apesar do protesto em tom de brincadeira, os moradores enfrentam seu cotidiano em meio a problemas sérios: falta de energia elétrica, água e insegurança.

A maioria das residências não tem água e energia. Mesmo assim muitos moradores continuam dentro das casas. “Estão roubando tudo por aqui e não vou sair para deixar meus pertences para os ladrões”, disse o comerciante Flávio Morais”.
Ele permanece morando no local para não ter a casa saqueada. “Já roubaram várias residências aqui e muitos moradores que não receberam o auxílio da prefeitura continuam aqui, apesar da interdição determinada pela Defesa Civil”, explicou.
    Vítimas do acidente tentam continuar a vida, apesar das incertezas (Foto: Alberto Leandro)
                     
Segundo ele, não há nenhuma ronda policial ou guarda municipal para prestar segurança ao imóveis. “ Fui me queixar a uma viatura da PM, mas eles disseram que estavam ali apenas para cuidar dos prédios de luxo lá da Avenida Sílvio Pedrosa”, reclama.
Os moradores, sem um acesso a água corrente, se abastecem de uma cisterna ao ar livre. “ É o único recurso que temos para atender as nossas necessidades”, disse Flávio
O clima de incerteza quanto ao futuro da enorme cratera que emergiu há dois meses, é reforçado pela falta de informação. Todos reclamam de que o poder público pouco aparece para prestar orientações e esclarecimentos.
“Meu imóvel está interditado, mas tenho que manter meu comércio aberto, pois tenho conta para pagar e a ajuda que eles pretendem dar é muito pouca “, afirma Rejane Souza, dona do mercadinho localizado na Rua Atalaia que, apesar do aviso de interdição, continua funcionando.
“Mesmo assim o movimento aqui caiu muito, pois parte dos meus clientes que moravam na Rua Guanabara tiveram que se mudar”, lamenta ela.

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