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terça-feira, 19 de maio de 2015

Líder chinês chega hoje ao Brasil com pacote bilionário

Brasília (DW) - Em visita oficial de três dias ao Brasil, que começa hoje, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, firmará uma série de acordos econômicos que deverão ampliar a presença chinesa no país. Para esta terça-feira, em Brasília, está agendada a assinatura de mais de 30 acordos bilaterais, estimados em 53 bilhões de dólares (o equivalente a R$ 160 bilhões pelo câmbio atual), ao lado da presidente Dilma Rousseff. Eles abrangem diversas áreas, incluindo agricultura, energia, transporte e siderurgia. Li viaja acompanhado de cinco ministros e 120 empresários.
josé cruz/abr


Caminho para investimentos foi aberto pelo presidente Xi Jinping no fórum de Fortaleza, em 2014

Uma das parcerias deverá concretizar a venda de 60 aviões da Embraer a duas empresas aéreas chinesas, um negócio estimado em 3 bilhões de dólares e acertado no ano passado, durante visita do presidente chinês, Xi Jinping.

Dilma e Li deverão anunciar ainda convênios de cooperação no setor ferroviário, o que poderá abrir as portas para bilionários investimentos chineses. Entre os projetos está a construção da Ferrovia Transoceânica, cerca de 3,5 mil quilômetros de trilhos que ligarão o porto de Santos, no litoral paulista, até a costa do Peru, no Pacífico.

"Essa cooperação trilateral [Brasil, China, Peru] para a construção de uma ferrovia transoceânica é um exemplo emblemático e permitirá que se crie um corredor de exportação para os grãos do Centro-Oeste e também para a proteína animal", disse o subsecretário-geral político do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima.

A proposta de conectar os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de uma linha férrea gera polêmica devido ao elevado custo da construção, que passará pela Cordilheira dos Andes, e pelos prejuízos ambientais. Os defensores, no entanto, alegam que o novo trajeto encurtará distâncias, reduzindo o tempo e os gastos com o transporte dos produtos. Segundo Graça Lima, o "complexo" esquema deverá levar de três a quatro anos para ficar pronto.

Entre os anúncios esperados durante a visita está ainda a abertura do mercado da China à carne bovina brasileira, restrito desde o final de 2012, quando foi registrado no Brasil um caso atípico do chamado "mal da vaca louca".

Antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde cumprirá agenda até quinta-feira, o primeiro-ministro chinês fará uma visita aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. No ano passado, o comércio bilateral alcançou 77,9 bilhões de dólares, com superávit de 3,3 bilhões de dólares para o Brasil, segundo números do governo brasileiro. A visita ao Brasil faz parte de um giro pela América do Sul, que inclui ainda Colômbia, Peru e Chile. O objetivo é firmar o caráter estratégico da América Latina para o país asiático, que pretende elevar seus investimentos na região para 250 bilhões de dólares nos próximos dez anos.
Tribuna do Norte

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