Uma equipe de cirurgiões de Melbourne passou meses reconstruindo a anatomia de Choity Khatun, que voltou para casa nesta sexta (28)
Criança tinha órgãos duplicados: reto, ânus, vagina e útero, e sofria com incontinência |
Uma menina que nasceu com três pernas voltou nesta sexta-feira (28) ao seu país natal, Bangladesh, depois de ter sido submetida a uma operação longa e complexa na Austrália, indicou seu médico.
Acreditava-se que Choity Khatun, de três anos, tinha poucas chances de sobreviver antes que a organização beneficente Children First a levasse a Melbourne no ano passado.
Uma equipe de cirurgiões passou meses reconstruindo a anatomia da menina. "Uma irmã gêmea havia crescido fora de sua pelve, mas só era uma parte da gêmea. O problema era que não havia nenhuma regra para isso, na medida em que era um caso totalmente único", explicou à AFP Chris Kimber, chefe de cirurgia pediátrica no hospital infantil Monash.
"Quando Choity chegou à Austrália, sofria de desnutrição e não podia andar corretamente", acrescentou.
Depois de consultar especialistas da Europa e dos Estados Unidos, os cirurgiões idealizaram uma operação para remover os restos da terceira perna, da qual uma parte havia sido cortada em Bangladesh, e remover e realocar outros órgãos.
Várias partes do corpo de uma irmã gêmea haviam se desenvolvido na região pélvica da menina.
Os cirurgiões passaram muitas horas examinando a criança e descobriram que tinha diferentes órgãos duplicados: reto, ânus, vagina e útero. Além disso, Choity sofria com incontinência.
Oito médicos especializados em reconstrução genital e da pelve participaram em novembro da cirurgia, "muito pouco comum", que durou oito horas, disse Kimber.
Os cirurgiões conseguiram colocar fim à incontinência da menina, que pode, portanto, controlar novamente as fezes e a urina, o que é "extraordinário", disse o médico.
Choity também é parcialmente cega, mas enxerga o suficiente para andar e correr, para grande alegria de sua mãe, Shima Khatun, de 22 anos.
"Agora tudo vai bem. Pode brincar com as outras crianças", contou à rede de televisão Channel Nine.
Fonte: O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário