Vitrine para mostrar seus estoques de imóveis retomados e relançados no mercado, banco coloca à venda propriedades com 85% de desconto, mas não consegue concretizar nenhum negócio
José Aldenir / Agora Imagens |
Seiscentos e dez imóveis, descontos de 80% sobre o valor de avaliação e nenhuma única venda concretizada até o último dia do Feirão de Imóveis da Caixa, sexta-feira, 26, no Natal Shopping. Nada que a organização já não esperasse. Os imóveis postos em venda direta pelo banco são todos deles mesmo, tomados por falta de pagamento, adjudicados e relançados no mercado.
Por isto mesmo – e não é lenda – todos estavam extremamente baratos. Mesmo assim, nenhum interessado bateu o martelo até poucas horas antes do encerramento do evento.
Por que isso acontece, não é mistério. A crise que paralisou a economia, deixou o consumidor ressabiado com qualquer oferta, por mais atraente que ela seja. Mas, para a Caixa, que no ano passado encerrou satisfatoriamente dentro de sua meta de R$ 20 milhões, o ano está apenas começando.
Segundo a coordenadora de Alienação de Bens e coordenadora da feira, Samia Feijó, os eventos como o do Natal Shopping são apenas vitrines para mostrar os produtos. Eles antecedem aos feirões propriamente ditos, normalmente agendados para acontecer na metade do ano, quando imobiliárias e construtoras se engajam no processo de venda de seus estoques.
“É quando nós prospectamos o mercado e plantamos os negócios que ainda irão acontecer”, explica.
Neste começo de ano, dos 610 imóveis próprios, a Caixa credenciou 538 para a venda direta. O mais barato, uma casa em Tangará, no agreste potiguar, foi oferecido por R$ 3,9 mil. O imóvel mais caro, um terreno, em Natal, foi ofertado por R$ 1,7 milhão.
Na semana passada, em leilão realizado da capital, com 60 imóveis retomados e que não foram destinados ao evento no Natal Shopping, a Caixa conseguiu levantar R$ 1,4 milhão – nos bons tempos era o preço de um único apartamento em área nobre da cidade.
No ano passado, o banco promoveu feirões em todas as capitais do país, menos no Rio Grande do Norte. Há quase três anos, o mercado imobiliário não promove um único lançamento de empreendimento, que no passado representava 70% de todo o faturamento do setor.
Fonte: http://agorarn.com.br
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