Em entrevista ao Bom Dia RN, Robinson Faria diz que espera autorização do TJ para usar R$ 300 milhões do Fundo Financeiro do Estado para normalizar pagamento do funcionalismo público.
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), disse que em dois meses vai pôr em dia o pagamento dos salários do funcionalismo público. A promessa foi feita na manhã desta quarta-feira (21) em entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi. Para isso, ele espera autorização do Tribunal de Justiça para fazer novos saques no Funfirn, o Fundo Financeiro do Estado.
“Na hora que o TJ autorizar, são 300 e poucos milhões de reais, vamos colocar a folha em dia dos que mais precisam, que são os inativos - os aposentados e os pensionistas. Com esse dinheiro aprovado no TJ, autorizando o estado a utilizar, e com outras vertentes que estamos buscando, pretendemos colocar a folha em dia em no máximo em dois meses”, afirmou.
Os servidores estaduais convivem com atrasos salariais, praticamente, desde o início da atual gestão. A folha de janeiro, por exemplo, ainda não foi finalizada. Ainda esperam receber cerca de 10 mil servidores que ganham acima de R$ 4 mil. E o 13º salário também não tem data para ser pago.
Falando sobre a crise financeira que afeta as contas públicas, Robinson listou uma série de dificuldades que, segundo ele, levaram o Estado a atrasar os salários, como reduções dos royalties pagos pela Petrobras e do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Saúde
Além de falar sobre a crise financeira, o governador também falou sobre a crise na saúde do estado. No Rio Grande do Norte, a saúde entrou em calamidade pública em junho do ano passado. Seis meses depois, em dezembro, o decreto foi renovado por mais 180 dias.
“Herdei um sistema de saúde ultrapassado, hospitais arruinados e a saúde só funcionava no Walfredo Gurgel”, disse Robinson, dizendo que sabe das dificuldades que a saúde enfrenta e que, toda vez que vai ao maior hospital do estado, sai emocionado ao ver de perto as dificuldades que a população enfrente quando busca a unidade.
Contudo, o governador citou que há um trabalho a ser mostrado. “Regionalizei a saúde”, destacou, citando como exemplo a cidade de Mossoró. “Mossoró ganhou ortopedia, que antes não existia. Quando uma pessoa sofria uma queda de moto, precisa ser trazido de ambulância para o Walfredo, em Natal. Hoje, este problema está resolvido”, ressaltou.
Robinson também prometeu implantar o serviço de ortopedia em Pau dos Ferros, Currais Novos, e disse que Caicó terá um hospital de referência. Tudo isso, ainda de acordo com Robinson, nos próximos 6 meses, somando a construção do Hospital da Mulher de Mossoró, que deve beneficiar 100 municípios.
Segurança
No RN, além da saúde, o sistema penitenciário e a segurança também estão em calamidade pública. Em um ano e meio, praticamente, por três vezes o governo federal precisou enviar policiais da Força Nacional e militares das Forcas Armadas para o Rio Grande Norte com a missão de amenizar a violência.
Além de notícia mundial por causa do massacre de 26 presos dentro de Alcaçuz, fato ocorrido em janeiro de 2017, o Rio Grande do Norte também foi notícia em todos os cantos por causa da falta de polícia nas ruas. No início de 2018, PMs, bombeiros e policiais civis entraram em greve por causa dos salários atrasados e más condições de trabalho, como a falta de coletes e munições e viaturas quebradas. Sem falar na disparada de homicídios. Somente ano passado, 2.405 pessoas foram assassinadas no estado, uma média de quase 7 homicídios por dia.
Diante de todos os problemas, Robinson voltou a reafirmar que vai ficar marcado no estado como o ‘governador da segurança’. “Reassumo o compromisso que assumi. Não por demagogia, mas para atender o pedido que o povo me fez”, disse ele, acrescentando que a paralisação das polícias no estado não foram motivadas por falta de estrutura, mas pela falta de salário. “Nunca se investiu tanto em segurança pública”, pontuou.
E disse mais:
“Segurança começa pelo sistema prisional. Alcaçuz agora tem segurança máxima. Convidei a ministra Cármen Lúcia para visitar Alcaçuz”
“95% ou mais dos homicídios ocorridos no Rio Grande do Norte foram motivados por briga de facções. Então, é bandido matando bandido. Diferentemente de outros estados, onde pessoas de bem estão morrendo”
“Acabamos de ter o carnaval mais seguro da história do RN”
Eleições
Por fim, Robinson também falou sobre a campanha eleitoral deste ano. Porém, disse que ainda não decidiu se vai ou não concorrer à reeleição. “Sou candidato a governar, a cumprir minha missão e fazer um bom governo”, respondeu.
Ainda sobre se vai ou não disputar a reeleição ou tentar algum outro cargo público, o governador disse:
“Não passa pela minha cabeça renunciar, seria um ato de covardia. Não estou preocupado com mandato. Não durmo e acordo pensando em eleição, mas em gestão”
“Ainda tenho muito tempo para resolver. Não decidi ainda. Mais para a frente a gente resolve”
"Alcancei o cargo mais alto na política do meu estado. Não tenho vaidade. Agora quero focar no trabalho. Tenho decidido que não vou partir para o oportunismo. O que é oportunismo? Quando o governador vai buscar mandato para deputado porque corre risco de não ser reeleito, isso é abandonar o barco. Sou homem de enfrentamento”
“Nosso grupo tem vários nomes. Não tenho essa vaidade. Se meu nome tiver leveza, serei candidato. Se o povo achar que eu não mereço continuar, não serei”
Fonte: G1 RN
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