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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Sem emprego há 3 anos, engenheiro com especialização nos EUA entrega currículos na rua em Ribeirão Preto

Aos 58 anos, Rivânio Medeiros busca recolocação no mercado. Apesar de geração positiva de vagas, economistas apontam dificuldade para trabalhador com salário que passa de R$ 5 mil.
Por EPTV 2
O engenheiro civil Riânio Medeiros entrega currículos no semáforo em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/EPTV
Desempregado há três anos, o engenheiro civil Rivânio Medeiros distribui currículos entre carros em um cruzamento movimentado na Zona Sul de Ribeirão Preto (SP). Aos 58 anos, com MBA pela Fundação Getúlio Vargas e uma especialização nos EUA, ele tenta atrair a atenção de empresários para conseguir uma entrevista de emprego e voltar ao mercado de trabalho.

“Eu e mais 13 milhões de pessoas queremos essa oportunidade de trabalho, contribuir. Estamos na faixa economicamente produtiva e precisamos trabalhar. Essa é a verdade”, diz.

Desde que foi demitido, Medeiros diz ter enviado cerca de dois mil currículos, mas poucos foram os retornos para processos seletivos. Natural de João Pessoa (PB), ele está com a família em Ribeirão Preto há oito anos.

Há um mês, o engenheiro civil resolver deixar o preenchimento de cadastros on-line e ir para a rua em busca de uma chance. No cruzamento das avenidas Nove de Julho e Portugal, importante via de acesso a prédios de escritórios, ele entrega até 60 currículos diariamente.
O engenheiro civil Rivânio Medeiros procura uma vaga de emprego em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/EPTV
“Eu preciso fazer uma comunicação interativa para que as pessoas identifiquem que existe o Rivânio e me deem uma oportunidade. Eu quero o meu espaço, eu quero trabalhar e contribuir com a região.”

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que Ribeirão Preto abriu 1.813 vagas com carteira assinada em agosto deste ano. É o melhor desempenho para o mês nos últimos cinco anos. Apesar do cenário positivo, economistas apontam que está mais difícil uma recolocação no mercado para trabalhadores com salários que passam de R$ 5 mil por mês.

“Essa pessoa tende a sofrer muito mais dificuldade para se recolocar porque tem um salário de referência bom. Essas pessoas só devem se beneficiar na hora que você tiver um aquecimento ainda maior da economia. Nesse momento, as empresas tendem a cortar custos e a pegar pessoas que aceitam salários menores e que estão em processo de formação”, afirma o professor de economia da USP Edgard Monforte Melo.

De acordo com o Caged, essa faixa do mercado conquistou apenas 70 dos 4,6 mil novos empregos gerados em Ribeirão Preto de janeiro a agosto. A chance é maior paras vagas que pagam até R$ 2,5 mil.

Para o engenheiro civil, apesar da incerteza, a receptividade das pessoas tem sido positiva e ele espera mudar a realidade em breve.

“As pessoas são muito solícitas. Eu penso que as pessoas têm seus relacionamentos e com certeza vou alcançar alguém que vai me chamar para conversar”, diz.

Fonte: g1.globo.com

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