Morreu na madrugada desta quinta-feira (6) o narcotraficante John Jairo Velázquez Vázquez, 54. Conhecido como Popeye, ele é considerado o principal e mais cruel assassino da história do cartel de Medellín, organização que foi chefiada por Pablo Escobar (1949-1993).
O sicário (termo usado para identificar os assassinos que trabalham para os cartéis) foi condenado por ter matado mais de 200 pessoas, incluindo sua própria mulher, e de estar por trás do planejamento ou de fazer parte da execução de vários atentados que causaram a morte de mais de 3.000 pessoas.
Popeye —que era homem de confiança de Escobar— estava preso, mas tinha sido transferido no final do ano passado a um hospital por conta da metástase de um câncer no esôfago.
Condenado à prisão perpétua em 1992 por terrorismo, homicídio, tráfico de drogas e outros crimes, ele ficou 23 anos preso, obtendo a liberdade em 2014.
Quatro anos depois, porém, voltou à prisão e respondia a um processo por tentar extorquir famílias do Departamento de Antioquia —região onde o cartel operava— que tinham ficado com propriedades antes controladas pela facção criminosa.
Um dos crimes mais famosos de que ele participou foi o assassinato do então candidato à Presidência da Colômbia, Luis Carlos Galán, em 1989.
Galán, que estava em plena campanha eleitoral e era um feroz crítico da atuação dos cartéis de droga no país, foi morto a tiros durante um comício para 20 mil pessoas na cidade de Soacha (região metropolitana de Bogotá).
Naquele mesmo ano, o cartel de Medellín mirou o sucessor de Galán como candidato do Partido Liberal, César Gavíria —que acabou vencendo as eleições no ano seguinte.
Popeye planejou matá-lo num atentado contra um avião da Avianca em que Gavíria viajaria, mas o então candidato mudou de planos na última hora e acabou escapando —a aeronave foi derrubada, matando as 107 pessoas a bordo.
Também em 1989, o cartel usou 500 kg de dinamite para explodir a sede da Dian (o órgão aduaneiro do país), matando mais de 60 pessoas e ferindo mais de 600.
Popeye era conhecido por ser o estrategista que planejava o sequestro de autoridades e figuras públicas.
A tática era usada para pressionar o governo colombiano a tomar ações que beneficiassem os narcotraficantes —como evitar a aprovação de uma lei que permitiria que os criminosos fossem extraditados para os EUA.
Assim, o cartel de Medellín foi responsável por mais de 250 sequestros, entre eles o do hoje ex-presidente Andrés Pastrana e o de Francisco Santos, ex-vice-presidente e atual embaixador da Colômbia nos EUA.
Fonte: FOLHAPRESS
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