Natal possui a mais alta taxa de letalidade pela Covid-19 em quatro cenários analisados por especialistas do Departamento de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DNIF/UFRN) com base nos dados estatísticos para a doença publicados até o dia 26 deste mês. A análise está dividida em 4 categorias: Natal, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Norte sem Natal e Brasil. Natal possui a taxa de letalidade mais alta (2,97), superior inclusive à nacional, entre os cenários analisados. A letalidade é medida a partir do comparativo do número de mortes e a quantidade de pessoas infectadas em uma determinada área.
Conforme o infectologista e professor do DNIF, Ion Mascarenhas de Andrade, o Brasil possui taxa de letalidade 2,42 e o Rio Grande do Norte, 2,1. Sem a capital potiguar, a letalidade no Estado cairia para 1,82, de acordo com a análise feita pelo professor. Outro dado que chama atenção na pesquisa, é o número de casos por milhão de habitantes. Natal tem 56.138 casos por milhão. O Brasil possui 52.462 casos por milhão e o Rio Grande do Norte, 50.903. Sem Natal, o número cairia para 49.036 no Estado. Esse dado é calculado a partir da quantidade de casos registrados na região analisada, dividida por sua população total e multiplicada por 1 milhão.
O número de óbitos por milhão, que segue a mesma regra dos dados sobre o número de casos, também coloca Natal à frente de todas as categorias estudadas. A capital possui 1.669 óbitos por milhão, enquanto o Brasil tem 1.268 e o Rio Grande do Norte, 1.085 óbitos por milhão, segundo a análise feita pelo infectologista Ion Mascarenhas. Sem Natal, o RN teria 896 óbitos por milhão de habitantes.
Os dados, segundo o especialista, demonstram que não é possível atestar a eficácia do tratamento precoce, já que os números não refletem os efeitos positivos que o uso das drogas (o combinado de ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina) utilizadas para tal, surtiria.
“Em algum grau, dado o tempo de aplicação do dito “tratamento precoce”, nós consideraríamos registrar alterações no cenário epidemiológico compatíveis com a eficácia dessa terapêutica. É importante lembrar que essa terapia não começou agora. Portanto, ela já deveria estar produzindo efeitos que pudessem ser medidos pelos números da epidemiologia. Não é o que os dados da pandemia no Rio Grande do Norte apontam”, explicou Ion Mascarenhas de Andrade.
Nesta segunda-feira (29), ele e outros pesquisadores reuniram a imprensa para expor dados relativos à pandemia da Covid-19 no Estado. Durante o encontro, Ion Mascarenhas de Andrade, apresentou números de uma análise elaborada por ele sobre a Covid-19 no Rio Grande do Norte levando em consideração o uso do chamado “tratamento precoce”, defendido pelo prefeito de Natal, Álvaro Dias.
“Inclusive, os números da capital são mais preocupantes do que os índices do restante do Estado. Não dá para dizer se são os medicamentos usados para tratamento precoce que estão provocando o aumento desses números. Mas o que eu quero afirmar é que, quando se utiliza uma terapêutica que funciona, esse fator deve ecoar na epidemiologia como uma melhora do contexto geral”, declarou Ion de Andrade.
Confira matéria completa na Tribuna do Norte.
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