Termo de cooperação entre Senai-RN e Selvagem foi assinado nesta quinta-feira (9). Primeiro veículo está pronto na fábrica à espera do motor e das baterias que irão alimentá-lo.
Por G1 RN
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Rio Grande do Norte (Senai-RN) e a indústria de veículos Selvagem assinaram nesta quinta-feira (9) um acordo de cooperação para desenvolvimento do primeiro buggy elétrico do estado.
O projeto é idealizado desde 2020 e a expectativa é de ganhos ambientais, tecnológicos e econômicos em um dos passeios turísticos mais tradicionais do litoral brasileiro.
Pioneira do setor na região Nordeste e principal origem da frota de buggys que circula no RN e em outros destinos como Fernando de Noronha, a Selvagem está em operação há 45 anos. A estrutura do primeiro buggy elétrico do RN está pronta na fábrica à espera do motor e das baterias que irão alimentá-lo. Os equipamentos para início do desenvolvimento já começaram a ser buscados junto a fabricantes e haverá um treinamento específico com especialistas da Alemanha.
Ainda não há previsão de quando o projeto será concluído e quanto ao início da produção comercial. Também não é possível apontar a partir de quando o buggy estará nas ruas, nem o preço que terá no mercado.
A demanda potencial, entretanto, já existe e dá sinais à indústria. "Todos os dias alguém nos procura em busca desse buggy", conta o fundador da fábrica, Marcos Neves.
Segundo ele, a procura vem do Rio Grande do Norte e também chega de Fernando de Noronha, onde decreto proíbe a entrada de veículos tradicionais com motor a combustão a partir de 2022, e a circulação dos que já existem a partir de 2030.
Informações oficiais da Administração de Fernando de Noronha repassadas ao Senai-RN destacam que "não existem buggys elétricos na ilha" atualmente, mas há outros 50 carros elétricos em circulação. Eles representam 3,57% da frota.
Projeto:
O desenvolvimento do primeiro buggy elétrico na indústria do Rio Grande do Norte é parte do Projeto Verena, que o Senai-RN e o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) executam desde 2018 no Brasil com a Câmara de Indústria e Comércio da cidade de Trier (EIC Trier), da Alemanha. A iniciativa também conta com a colaboração do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
"O projeto que é um marco para a indústria, para o meio ambiente e para o setor de turismo. O uso típico do buggy é em áreas costeiras, em ambientes caracteristicamente limpos, e trazer um equipamento com zero emissões de gases do efeito estufa e com zero ruído de motor, como será este, é sem dúvida um ganho", declarou o diretor do CTGAS-ER e do ISI-ER, Rodrigo Mello.
O buggy elétrico planejado dentro do projeto conseguirá percorrer com baterias cheias, antes de precisar de recarga, aproximadamente 200 km, de acordo com o professor de automação e eletrotécnica do CTGAS-ER, e coordenador do projeto pelo Senai-RN, Davinson Rangel.
Seria suficiente, por exemplo, para dois passeios - ida e volta - entre as praias de Ponta Negra e Muriú, uma das principais rotas turísticas no litoral potiguar. Como a utilização do veículo em dunas exigiria mais das baterias e do motor do que o tráfego somente em asfalto e estradas de terra, a autonomia pode variar.
Dados levantados pela UFRN apontam que 715 bugueiros estão credenciados pela Secretaria de Estado do Turismo atuando nos municípios polos de Baía Formosa, Tibau do Sul, Natal e Extremoz. Entre os custos operacionais da atividade estão gastos com combustível, que giram em torno de R$ 80 a R$ 100 por passeio - e poderão ficar para trás a partir do veículo elétrico.
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