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domingo, 12 de junho de 2022

MÚSICA POTIGUAR DE LUTO COM A MORTE DE IVANILDO “SAX DE OURO” AOS 89 ANOS

Ivanildo nunca parou de compor e já tinha músicas produzidas neste ano
Foto Cedida: Tribuna do Norte
Morreu o músico Ivanildo José da Silva, mais conhecido como Ivanildo Sax de Ouro, neste sábado (11), aos 89 anos. Pernambucano de nascimento, ele foi registrado no Ceará e viveu ao longo de décadas no Rio Grande do Norte, até os últimos dias, na cidade de Parnamirim, na Grande Natal.

Ivanildo estava internado no hospital São Lucas, em Natal, e morreu durante amanhã deste sábado. A informação foi confirmada pelo amigo e também músico, Chico Beethoven. As causas da morte não foram informadas, mas o amigo informou que o Sax de Ouro já estava internado há alguns dias.

Chico Beethoven foi um de vários saxofonistas influenciados por Ivanildo e teve o prazer, nas suas palavras, de se tornar um amigo. "Ele influenciou uma geração do saxofone. Quem tem hoje 30 anos ou mais, ele influenciou todo mundo. Deixa um legado grande", disse. A relação dos dois começou quando Chico ainda era uma criança de 8 anos e foi presenteado com uma camisa e um disco autografado que guarda até hoje.

Ivanildo foi um músico de sucesso, e o som do seu saxofone se tornou inconfundível, tanto é que foi praticamente incorporado ao seu nome. Na carreira, foram mais de dois milhões de cópias vendidas, um disco de platina e quatro de ouro, dos quais se lembrava com carinho.

Sax de Ouro surgiu quando ele morava em Fortaleza. “No início dos anos sessenta, tocava muito nos principais clubes da capital cearense e o colunista Bayard, do Correio do Ceará, me chamou em sua coluna pelo codinome Sax de Ouro. O apelido pegou na hora, e a partir de 1979 passei a assinar meus discos dessa maneira”, contou ele em uma entrevista à TRIBUNA DO NORTE.

Com mais de 70 anos de carreira, ele ainda compunha até os últimos dias, tendo até produzido músicas neste ano. Mais uma estava para sair, porém não deu tempo. "Quando já estava doente, ele disse que tinha uma música para mim, mas que ia esperar ficar bom e me ligava. Mas nunca mais ele me ligou", lamentou Chico Beethoven.

Ivanildo, nas palavras do amigo, era uma abnegado da música e nunca deixou o saxofone de lado. Era fonte de inspiração para a nova geração e não perdia o ritmo nem a veia comercial. No ano passado, quando do sucesso do piseiro, ele aproveitou o momento e gravou uma música no mesmo gênero para a neta.

A capacidade dele se adaptar também foi algo destacado pelo escritor e secretário de Cultura de Natal, Dácio Galvão. "É uma perda enorme. Para quem teve uma trajetória como a de Ivanildo, que não foi curta, foi longa, a capacidade de se reinventar dele era incrível", afirmou.

Veja vídeo de Ivanildo Sax de Ouro em 2011:
Fonte: Tribuna do Norte

Confira a nota de pesar da Fundação José Augusto
NOTA DE PESAR:
A Fundação José Augusto (FJA) lamenta profundamente o falecimento do saxofonista Ivanildo José da Silva, o “Ivanildo Sax de Ouro”, ocorrido neste sábado (11/06).

Nascido em 1932 no município de Amaraji -PE e radicado em Parnamirim -RN desde os anos 70, Ivanildo fez história com seu inconfundível saxofone, resgatando grandes temas do cancioneiro brasileiro e jazzístico em inúmeras apresentações que marcaram gerações de potiguares.

Pernambucano de nascimento e potiguar por opção, como gostava de se definir, começou seus estudos aos 12 anos, na Escola de Música do Colégio Salesiano. Os pais queriam que fosse advogado, mas a paixão pelo saxofone falou mais alto. Fã incondicional de Charlie Parker, Ivanildo colecionava fotos antigas e quase todos os discos do ídolo.

Da revista cearense Folha do Rádio, Ivanildo recebeu prêmios como melhor músico, melhor solista, melhor instrumentista e melhor conjunto. Já foi escolhido o melhor saxofonista do Nordeste e homenageado pela Força Aérea Brasileira com a medalha do Mérito Santos Dumont.

O velório e sepultamento do músico será neste domingo (12) no cemitério Morada da Paz, em Emaus, Parnamirim.

A FJA expressa pesar à família deste grande artista que contribuiu para o engrandecimento da música norte-rio-grandense.

Fonte Tribuna do Norte e Fundação José Augusto

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