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quinta-feira, 11 de abril de 2024

CONHEÇA A HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DO AÇUDE TRAIRI O MAIOR RESERVATÓRIO DE ÁGUA DE TANGARÁ E O 14º MAIOR DO ESTADO

Açude Trairi faz parte da história do município de Tangará, no Rio Grande do Norte.
Construído com o intuito de resguardar àqueles que sofriam com a irregularidade das chuvas em 1951, no Nordeste

Caminhar pelas veredas históricas de Tangará, no Rio Grande do Norte, é também falar do Açude Trairi. O reservatório está localizado há 88 quilômetros da capital potiguar, Natal. O Açude Trairi foi projetado e construído pelo Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS) no final da década de 40 e início da década de 50.

Na época da construção do açude, Tangará era considerada vila, pertencente ao município de Santa Cruz. Segundo a prefeitura municipal de Tangará, em 1953 o povoado foi elevado à categoria de distrito e em 1959 tornou-se município do Rio Grande do Norte, desmembrado de Santa Cruz.
Foto: Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS)
Conforme o relatório dos engenheiros responsáveis pela obra, Vinícius César Silva de Berredo e Francisco Saboya de Albuquerque, datado de 1951, os estudos foram requeridos pela prefeitura municipal de Santa Cruz, em 1949, e foram concluídos em 1950. Havia, naquele período, grande necessidade de iniciar a obra de emergência para socorrer as vítimas da seca que assolou o Nordeste. Não tendo como o município se responsabilizar, devido ao custo elevado, a construção do açude foi autorizada como obra pública da União, aprovada pela portaria Ministerial nº. 780, de 29 de agosto de 1951. O respectivo orçamento contemplou a importância de Cr$ 8 300 000,00 (oito milhões e trezentos mil cruzeiros), com recursos atribuídos ao DNOCS.
Foto: Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS)
“A obra fica situada em zona de baixa precipitação pluvial, tanto assim que foi uma das que mais sofreu com a irregularidade das chuvas ocorridas em 1951, no Nordeste. Por meio dela, foi possível prestar auxílio à população flagelada da região em que se acha encravada.”, destacaram os engenheiros responsáveis pelo relatório da obra.

Em meio aos parágrafos do relatório oficial, um deles chama atenção. A narrativa conta que a mão de obra local foi muito útil para a construção do açude que tirou da vida dos potiguás a falta d'água. Concluído em 1954, o açude teve como objetivo aliviar a população dos problemas advindos pelas secas, ajudar no abastecimento da cidade de Tangará, controlar as cheias e apostar no aproveitamento das áreas de montante, além de desenvolver as lavouras e proporcionar a prática da piscicultura.

Cheios de esperança sobre o novo reservatório, os engenheiros relatam suas expectativas para a barragem do Trairi. "Este açude será, no futuro, de grande utilidade para desenvolvimento da lavoura irrigada das terras de jusante, proporcionará grande extensão de vazantes e, mediante a prática da piscicultura, poderá fornecer apreciáveis quantidades de pescado”, ressaltaram no documento.
Foto: Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS)
Curiosidades

De acordo com o livro histórico publicado pelo DNOCS intitulado “Barragens no Nordeste do Brasil”, praticamente no fim do levantamento da bacia hidráulica, foi encontrado um outro local para a construção de uma barragem de terra, proporcionando uma maior capacidade de armazenamento e uma maior economia que a alternativa estudada anteriormente. Os estudos para esse segundo local da barragem do Trairi foram realizados entre julho e dezembro de 1949.

A barragem do Trairi é composta por um maciço de terra compactado, homogêneo, com drenagem interna através de um tapete horizontal de areia e dreno de enrocamento no pé da jusante. A fundação e as ombreiras são compostas de rochas gnáissicas pertencentes ao complexo cristalino do período Pré-cambriano.

E-mail: comunicacao@dnocs.gov.br

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